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Pedreiro que teve o carro incendiado arrecada dinheiro e compra novo veículo

Zé Tiago e a esposa com o carro que explodiu (preto). Zé Tiago com o novo veículo (prata) / Foto: Reprodução

Leonardo Natalino

PASSOS – O pedreiro José Tiago Filho, de 78 anos, que teve o carro destruído por chamas em setembro deste ano, na região do Porto Velho, em Passos, conseguiu comprar outro veículo. O dinheiro para a compra foi arrecadado por meio de vaquinha virtual, rifa e venda de marmitas.

Zé Tiago, como é conhecido, voltava de um rancho próximo da usina Ipiranga, após realizar um trabalho, em 14 de setembro. Durante o trajeto, o carro de Zé, um Ford Ecosport, ficou preso em uma vala. Na tentativa de sair, ele acelerou o veículo, que superaqueceu, gerou chamas na vegetação e explodiu.

Para arcar com o custo de um novo veículo, a família do pedreiro abriu uma vaquinha virtual, onde foram arrecadados pouco mais de R$ 14 mil dos R$ 35 mil necessários para adquirir um novo carro. Na semana passada, Zé Tiago comprou um Ford Ecosport 2006, mesmo modelo e ano daquele que foi queimado em setembro.

De acordo com a filha de Zé, Rute Tiago Leandro, o restante do valor necessário para a compra foi arrecadado em rifa realizada pela neta do pedreiro e com a venda de 250 marmitas durante um dia.

“Conseguimos. Semana passada ele conseguiu comprar outro veículo. Só a cor é diferente. Fizemos uma vaquinha online, que foi prejudicada, porque houve uma clonagem da vaquinha, que não tirou da vaquinha dele, mas atrapalhou a arrecadação”, diz a filha de Zé Tiago.

“Juntou os esforços de parentes, amigos e pessoas desconhecidas. Pessoas que nunca vimos, que não conhecemos. Tivemos até doações de Portugal. Os veículos de comunicação, como vocês, ajudaram muito, porque o pessoal percebeu que era algo sério, não era alguém tentado tirar proveito”, completa Rute.

O caso

Em 14 de setembro, Zé Tiago voltava para a casa, após realizar um trabalho. Durante o trajeto, o carro ficou preso em uma vala e, na tentativa de sair, o pedreiro acelerou e o escapamento superaqueceu e, em contato com restos de vegetação e cana-de-açúcar secas, provocou chamas.

O fogo se espalhou rapidamente e, com o tanque de combustível cheio, houve uma explosão, que resultou na destruição do veículo, documentos e outros materiais. O carro não tinha seguro.

“Ele voltava de um rancho perto da usina. A terra estava muito fofa e com muita poeira. O carro não estava conseguindo rodar. Ele resolveu desviar o carro na lateral da via, e tinha palha, muita palha seca, por conta de a usina ter cortado as canas”, diz Rute.

“Ele tentou sair da vala, acelerou, e o escapamento, em contato com as palhas, queimou. Ele estava com um amigo e, no momento que viram a fumaça subindo, saíram de dentro do carro. Eles tentaram tirar as palhas, mas não deu tempo”, afirma.

Trabalhadores da usina auxiliaram com um caminhão pipa para conter as chamas do veículo. Também foi utilizado um trator para o rescaldo da área. A ação foi rápida e o Corpo de Bombeiros não foi acionado.

De acordo com a neta do pedreiro Talessa Tiago, a família foi informada sobre o ocorrido em um grupo de Whatsapp, após Zé Tiago ligar para um parente ir socorrê-lo.

“Nós ficamos sabendo do ocorrido pelo grupo da família. Meu avô ligou para meu tio ir lá ajudar. Ele estava chorando muito, desesperado. E esse tio fez as filmagens e avisou os outros parentes sobre o que aconteceu, mas que o vô estava bem”, diz Talessa.

“Mesmo assim, ficamos preocupados. O carrinho dele era o meio de transporte para ele ir trabalhar. Ele dependia do carro para ir ao cliente e carregar os materiais e ferramentas. Ele leva a vó no médico e busca os netinhos na escola. Ele ficou arrasado”, completa.

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