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PCMG prende 11 e apreende R$ 60 mi em veículos, imóveis e contas bancárias

SEGUNDO INFORMAÇÕES DA PCMG, FORAM APREENDIDOS 75 VEÍCULOS, ARMAS E MUNIÇÕES, DINHEIRO, CHEQUES E JOIAS E BLOQUADAS MAIS DE 120 CONTAS BANCÁRIAS./ FOTO: DIVULGAÇÃO

BELO HORIZONTE – A Polícia Civil prendeu 11 pessoas durante a operação Midas, deflagrada nesta quinta-feira,19, em São Sebastião do Paraíso, Passos, Piumhi, Guaranésia e Guaxupé. Cerca de 150 policiais participaram da ação, que recuperou cerca de R$ 60 milhões em bens utilizados em esquema de lavagem de dinheiro.

Segundo informações da Polícia Civil, foram cumpridos 37 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de 17 imóveis e bloqueio de mais de 120 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.

Foram apreendidos 75 veículos, sendo dois carros esportivos de alto custo, outros três automóveis de luxo, 28 caminhonetes e outros veículos diversos, três armas de fogo, munições, considerável quantia em dinheiro, cheques e joias. Entre os veículos apreendidos está um Porsche Panamera.

O inquérito, conduzido pela Delegacia de Polícia Civil em São Sebastião do Paraíso, tem como alvo crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e agiotagem, praticados no município e também em Passos, Piumhi, Guaxupé e Guaranésia.

Em 2021 a Polícia Civil constatou o crescimento patrimonial desproporcional por parte de um grupo de empresários que atuam como lojistas de veículos populares e de luxo.

Durante o inquérito policial, a Justiça autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos suspeitos, sendo verificado a incompatibilidade entre os ganhos lícitos declarados pelos investigados com o patrimônio milionário que ostentam.

De acordo com o delegado Rafael Gomes, que coordena a investigação, alguns funcionários dos estabelecimentos foram identificados como supostos “laranjas” do grupo.

“Eles possuíam veículos registrados em seus nomes que ultrapassam consideravelmente a capacidade de suas rendas, além da constatação de transações financeiras suspeitas entre os empresários, funcionários e alguns familiares”, aponta.

Apenas em veículos registrados em nome dos suspeitos, o valor ultrapassa a quantia de R$ 16 milhões, sendo grande parte destes veículos registrados em nome de funcionários, supostos “laranjas”.

“Além dos veículos, diversos bens imóveis foram adquiridos com valores de origem suspeita”, observa Gomes. “Outro ponto de destaque das investigações demonstrou que diversas supostas vendas de veículos divulgadas pelos suspeitos foram simuladas, não ocorrendo de fato”, disse o delegado.

Lavagem em cadeia

Os indícios colhidos pela Polícia Civil apontam que os investigados teriam recebido aportes financeiros que alavancaram os negócios, valores de origem aparentemente ilícita. “Para dar aparência de lícitos, os valores foram ‘branqueados’, estabelecendo-se o que se conhece como “lavagem em cadeia”, tendo origem no município paulista de Ribeirão Preto e continuidade no interior de Minas”, afirma Rafael Gomes.

Relatórios requisitados pela PCMG ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) demonstraram vínculo financeiro suspeito entre os empresários que atuam no Sudoeste de Minas com empresa do mesmo ramo, de Ribeirão Preto, cujos responsáveis são investigados por lavagem de dinheiro.

“O trabalho de hoje retrata o empenho e a qualidade técnica do trabalho da Polícia Civil, sendo uma relevante resposta à sociedade e um sério golpe contra a criminalidade”, concluiu Gomes.

A operação Midas mobilizou mais de 150 policiais civis de todo o 18º Departamento de Polícia Civil em Poços de Caldas, e contou com o apoio da Coordenação de Recursos Especiais (Core) e da Coordenação Aerotática (CAT) da PCMG.

Investigações

Segundo o delegado regional de Paraíso, Tiago Bordini, a operação teve como alvo crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e agiotagem. “Iniciados este trabalho há cerca de quatro anos e toda equipe se empenhou na operação. Foi um serviço marcante, de impacto e muito positivo para todos nós e a sociedade uma vez que os autores além de lavar o dinheiro, eles ostentavam uma vida de luxo não condizente com as atividades desempenhadas”, afirma.

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