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PCMG deflagra segunda etapa da operação Blot

EMBARCAÇÃO QUE ESTEVE NA REGIÃO DE FURNAS FOI LEVADA PELOS CRIMINOSOS PARA A REGIÃO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ, ONDE FOI APREENDIDA NESTA TERÇA-FEIRA / Foto: Divulgação

BELO HORIZONTE – A Polícia Civil de Minas Gerais desencadeou, nesta terça-feira, 23, mais uma fase da Operação Blot, que investiga uma organização que atua em lavagem de capitais, tráfico interestadual de drogas, roubos, falsificação de documento público, violação de sigilo funcional e outros crimes que possui ramificações na região.

Ontem, uma lancha avaliada em R$ 1 milhão que estava na região de Furnas e foi levada para Balneário Camboriú por criminosos integrantes da organização foi apreendida em Santa Catarina.

Nesta segunda fase da operação, foram determinados os sequestros judiciais de 24 imóveis e o bloqueio de 62 contas bancárias.

Na primeira fase, desencadeada em 19 de março deste ano, as ações da PCMB foram realizadas Região Metropolitana de Belo Horizonte, Capitólio, Francisco Sá e Cuiabá (no Mato Grosso), quando foram presas 15 pessoas.

Em entrevista a uma emissora de TV em Belo Horizonte, o delegado Thiago de Lima Machado afirmou nesta terça-feira que a embarcação apreendida ontem esteve na região de Furnas e que foi levada pelos criminosos para Santa Catarina.

Segundo ele, 62 contas foram identificadas, e foi autorizado o sequestro de 21 veículos, duas embarcações, e 24 imóveis, avaliados em cerca de R$ 5 milhões, alguns deles localizados na região de Furnas e Capitólio.

“Uma delas (embarcações) foi encontrada, ela estava aqui na região de Furnas. Assim que tomou conhecimento que essa embarcação seria aprendida, o Douglas, que é o principal investigado foragido, promoveu a transferência dessa embarcação para Balneário Camboriú, mas essa lancha avaliada em torno de R$ 1 milhão também foi apreendida”, disse em entrevista.

Segundo informações da PCMG, após a análise do material arrecadado na primeira etapa, foram realizadas novas medidas assecuratórias, oitivas, representações e trabalhos conclusivos que motivaram o Poder Judiciário da comarca de Belo Horizonte a conceder a apreensão de mais 21 veículos de luxo (entre caminhões e veículos de carga) e de duas lanchas.

Também foram determinados o sequestro judicial de 24 imóveis e o bloqueio de 62 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.

Ainda nessa fase da operação, a PCMG prendeu em Curitiba, no último dia 15, um homem de 36 anos, apontado como um dos principais responsáveis pelo esquema de lavagem de dinheiro, por meio da criação de empresas.

Organização tem lideranças nos estados de Minas e Mato Grosso

BELO HORIZONTE – O principal alvo da operação é uma organização criminosa com atuação em âmbito nacional, com foco em lideranças atuantes nos estados de Minas Gerais e Mato Grosso.

O objetivo da PCMG é atingir o poder e a mobilidade financeira desse grupo, a fim de reduzir sua capacidade de influência e, dessa forma, impedir a retroalimentação dos ciclos criminosos.

A organização criminosa alvo da operação já contabiliza um prejuízo superior a R$ 623 milhões com as ações de combate articuladas pela Polícia Civil.

Crime organizado

Além dos crimes investigados, a equipe da 2ª Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), apura a remessa de drogas no âmbito interestadual. A PCMG está compartilhando informações com a Polícia Federal visando à identificação de cargas encaminhadas também para outros países, como Camarões e Hong Kong.

Primeira fase

No dia 19 de março deste ano, a PCMG desencadeou a primeira fase da operação Blot, tendo como alvo as lideranças da organização criminosa e as pessoas que auxiliavam o grupo no processo de lavagem de capitais e crimes financeiros.

Na ocasião, foram cumpridos 15 mandados de prisão e uma prisão em flagrante por uso de documento falso. Além disso, os policiais executaram 30 mandados de busca e apreensão, sendo arrecadados dez automóveis de luxo, espelhos de documentos, arma de fogo, bloqueadores de sinais, entre outros objetos de interesse investigativo, assim como o bloqueio de mais de R$ 100 milhões.

Os mandados foram cumpridos em Belo Horizonte e na Região Metropolitana, bem como nas cidades de Capitólio, Piumhi, Pimenta, Francisco Sá e Cuiabá, no Mato Grosso.

Investigações

Conforme apurado, pessoas ligadas ao grupo criminoso teriam lavado milhões de reais em benefício de integrantes da organização, que utilizava empresas de fachada, em ramos diversos, como distribuidoras de bebidas, postos de combustível, empresas de cobrança, além de automóveis, imóveis e um sistema conhecido por “contas de trânsito”.

Durante levantamentos, a PCMG realizou um mapeamento das apreensões de fuzis na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que coincide com os locais de domínio dos integrantes da facção criminosa. Diversas cargas de drogas – entre cocaína, maconha e haxixe – foram identificadas e, aparentemente, estão associadas à organização criminosa.

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