PASSOS – O número de casos prováveis de dengue na região superou a marca de 10 mil e Passos registrou a primeira morte com suspeita da doença em 2024. Desde o início do ano, já são oito óbitos em investigação, sendo dois em Piumhi, dois em Pimenta, um em Capetinga, um em Carmo do Rio Claro, um em Itamogi e um em Passos.
Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) desta sexta-feira, 8, apontam crescimento de 27,27% no número de registros de dengue e de 28,74% nas confirmações da doença neste mês.
Os casos prováveis subiram de 8.241, no dia 1º de março, para 10.488, nesta sexta. As confirmações da doença aumentaram de 3.786 para 4.874 no mesmo período. Pela primeira vez desde o início de 2024, a taxa média de incidência de dengue nos 27 municípios que fazem parte da Superintendência Regional de Saúde de Passos (SRS Passos) superou os dois mil, bem acima dos 300 considerados como indicativo de situação de epidemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo informações do Painel de Monitoramento da SES, a taxa média chegou a 2.000,68 nesta sexta-feira, com o índice mais alto registrado em Pimenta (10.568,73) e a menor em Jacuí (120,08).
Na comparação com dados do Boletim Epidemiológico de Dengue do dia 6 de março de 2023, quando foram registrados 6.306 casos prováveis de dengue na região, as notificações aumentaram 65,69%.
Minas
Em Minas, a SES registrava, nesta sexta-feira, 483.296 casos prováveis de dengue, sendo que 175.481 deles já foram confirmados, e 302 mortes em 302 mortes em investigação, com 60 óbitos confirmados.
Vacina
O Ministério da Saúde prevê um acordo de parceria de desenvolvimento produtivo entre o laboratório Takeda e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a produção da vacina Qdenga no Brasil, afirma a titular da pasta Nísia Trindade.
“Já estamos no caminho. A data não vou divulgar agora para isso ser feito com precisão”, disse, durante entrevista à imprensa nesta sexta-feira (8). “Em breve, teremos anúncio e divulgação dos detalhes para que haja produção local”, completou.
A ministra ressaltou também que, junto com esse acordo da Fiocruz, será feito um levantamento da capacidade nacional para ampliar a produção do imunizante. “Falando não só de laboratório público, como a Fiocruz, mas de laboratórios privados, que possam contribuir para a ampliação”, disse. “Continuamos no movimento já anunciado, mas com um acordo a ser em breve firmado e também divulgado com detalhes”, completou.
Segundo Nísia, a pasta também acompanha o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue pelo Instituto Butantan. O imunizante está em fase final de ensaios clínicos – em junho, o último paciente voluntário a receber a dose experimental completa cinco anos de acompanhamento. A previsão é que, ainda este ano, o pedido de registro seja submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“O Instituto Butantan também avança com sua vacina. Estamos acompanhando de perto”, destacou. “Nossa expectativa é que essa vacina, que será em uma única dose, quando aprovada pela Anvisa e quando passar pela nossa comissão de incorporação de tecnologias, seja uma resposta importante para essa proteção”, concluiu a ministra da Saúde.