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Passos lidera ranking de carros movidos a energia elétrica na região

2 de março de 2024

PASSOS E SÃO JOSÉ DA BARRA SÃO OS MUNICÍPIOS COM MAIS CARROS 100% ELÉTRICOS NA REGIÃO./ Foto: Reprodução.

Ézio Santos

PASSOS – Através de pesquisa no Detran-MG, em Belo Horizonte, a Folha apurou que além do município, São José da Barra são as cidades que possuem proprietários de carros elétricos na microrregião. Outras três também possuem, mas os números ainda são bastante baixos em relação a uma tendência nacional para o futuro, impulsionado pela busca por soluções mais limpas e sustentáveis.

De acordo o relatório do órgão mineiro, Passos possui 10 veículos que utilizam totalmente a eletricidade (BEV) para alimentar o motor, em vez dos combustíveis tradicionais como gasolina, álcool ou diesel. Movidos de forma compartilhada com diesel, gasolina e gases de síntese (gasogênio) e Natural Veicular (GNV) também há muitas unidades por aqui e outras cidades da região.

Os municípios de São José da Barra (2), Ibiraci (2), Cássia e Itaú de Minas também estão na lista dos donos de veículos totalmente elétricos com carregamento externo. A Barra ainda se destaca ao ter no Detran-MG registro de três com carregamento interno, um movido conjuntamente com o óleo diesel, dois a gás e dois a gasolina, totalizando também 10.

Passos lidera o ranking de carros Gas/A/Elet com 70 unidades, seguido por Ibiraci, Pratápolis (3), Cássia, Alpinópolis (2) e Itaú um. Movido a Gas/A/GNV: Passos (21), Cássia (5), Pratápolis, Alpinópolis e Itaú (2 cada). Gas/Elet: Passos (19), Barra (2), Pratápolis, Cássia e Pratápolis (1 cada). Veículo movido a gasogênio tem apenas um em Passos. A gasolina/GNV: Passos possui 14, Itaú (4), Pratápolis (3), Cássia (2) e Ibiraci (1).

Dificuldades

Os carros elétricos enfrentam algumas dificuldades no Brasil, apesar do grande potencial do país para adotar essa tecnologia. Vamos explorar os principais desafios. A rede de carregamento para veículos desse tipo ainda é limitada no Brasil. Existem poucos postos de recarga, especialmente fora dos grandes centros urbanos. A expansão dessa infraestrutura é crucial para incentivar a adoção em massa de veículos elétricos.

Sobre os custos, os carros tendem a ser mais caros do que os veículos movidos a combustíveis fósseis. O alto custo inicial pode ser um obstáculo para muitos consumidores. A falta de popularidade dos carros elétricos no Brasil limita a variedade de modelos disponíveis e a diversidade de recursos e modelos influencia a decisão de compra dos consumidores. A importação de veículos impõe desafios logísticos e custos elevados, afetando a expansão do mercado de carros no país.

Algumas pessoas ainda acreditam que os carros elétricos não possuem a mesma potência ou desempenho que os veículos a combustão. O preconceito pode impedir que as pessoas experimentem os carros e percebam seus benefícios.

A falta de incentivos fiscais e políticas específicas para carros elétricos dificulta sua popularização, porém, a criação de regulamentações e benefícios pode impulsionar o mercado. Apesar desses desafios, o Brasil tem grande potencial para alavancar o mercado de veículos elétricos, especialmente considerando a alta proporção de energia verde em sua matriz elétrica. A expansão dessa mobilidade elétrica contribuiria para a melhoria da qualidade de vida e saúde pública dos brasileiros.

Empresário investe R$ 3,5 milhões em frota de veículos elétricos

PASSOS – O empresário do ramo de energia sustentável, alimentação e distribuição de aço Ivan Siqueira Lima, de 46, dono da IS Brasil, com sede de Passos, afirma que possui a maior frota de carros elétricos de Minas Gerais ao enumerar vários de porte pequeno, um ônibus para 45 lugares, uma van, uma caminhonete (a primeira no Brasil) e motocicletas. “Investi R$ 3,5 mi há cinco anos e a diferença positiva no gasto com combustível é enorme. Vou continuar comprando mais unidades porque o custo-benefício é super vantajoso”, disse.

Outro cidadão morador de Passos adquiriu há dois meses um Dolphin Plus e se diz bastante satisfeito com o investimento de R$ 180 mil. “É muito bom, confortável e ótimo para guiá-lo. De momento, o único problema é a forma de carregar a bateria. Ganhei de brinde um dispositivo residencial que instalei na garagem, mas para viagens longas, é preciso saber onde tem a estação de carregamento, porque em Passos e região não se encontra”, comentou e pediu para não ser identificado.

Bateria

O carregador de carro elétrico é um equipamento essencial. O princípio é que os veículos projetados não posicionam a bateria no lugar do tanque, como nos carros a combustão, mas junto ao assoalho, permitindo maior espaço interno e maior estabilidade direcional, devido ao centro de gravidade mais baixo. Elas armazenam a energia necessária para o funcionamento do veículo. A conexão à rede elétrica é conectada a uma estação de carregamento (também chamada de eletroposto).

Os tipos de carregadores são residenciais – Quanto aos carregadores residenciais, eles não podem ser conectados a uma tomada comum. Devem ser instalados em circuitos exclusivos e exigem dispositivos de proteção incluindo aterramento adequado.

Os carregadores transportáveis são os de emergência, que permitem o uso de tomadas comuns de 20 amperes, com aterramento, porém sua baixa potência permite uma velocidade de carregamento mais lenta que os Wallbox residenciais e mais ainda se comparados aos carregadores comerciais de corrente contínua. Comerciais – requerem uma instalação de nível industrial. Proporcionam maior velocidade de recarga. Eletropostos (carregadores rápidos) – encontrados em rodovias, permitem recargas rápidas para viagens longas.

O processo de carregamento é bem simples. O carro é conectado ao carregador por meio de um cabo específico, a energia flui do carregador para a bateria, recarregando-a, e o tempo de recarga varia conforme a potência do carregador e a capacidade de armazenamento da bateria.

Embora o carregamento seja simples para adultos, especialistas alertam para a necessidade de se observar a correta instalação por profissional habilitados com a observância de normas descritas na Associação Brasileira de Normas Técnicas. Além disso, a eficiência do carregamento é otimizada para evitar danos à bateria.