Pedro Rousseff
Sul de Minas precisa cumprir papel histórico e ser foco da reeleição do presidente Lula e derrota da direita em Minas
Passos não é apenas um nome simbólico. É um convite à caminhada política que precisamos fazer com firmeza e direção em Minas Gerais. A democracia brasileira, mesmo sob ataques constantes da extrema direita, mostrou em 2022 sua resiliência com a eleição do presidente Lula. Agora, em 2026, cabe aos mineiros dar um novo passo decisivo: derrotar o bolsonarismo em Minas e consolidar uma nova referência de poder comprometida com o campo democrático-popular.
Não se trata apenas de reeleger Lula, o que já seria tarefa fundamental. É preciso impedir que a extrema direita mantenha raízes no segundo maior colégio eleitoral do país. O projeto neoliberal de Romeu Zema — entreguista, hostil ao serviço público, descompromissado com a população pobre e com o desenvolvimento social do estado — não pode continuar. E mais grave: figuras como Cleitinho Azevedo e Nikolas Ferreira, representantes do obscurantismo, da intolerância e da antipolítica, não podem se apresentar como alternativa de poder em um estado com a complexidade histórica, econômica e cultural de Minas Gerais.
A resposta está na união. Minas já mostrou, em 2022, que a Frente Ampla é possível. Em 2024, com a reeleição do saudoso prefeito Fuad Noman em Belo Horizonte, vimos novamente como é viável articular diferentes forças em torno de um projeto democrático. Precisamos levar esse exemplo ao conjunto do estado, e o Sul de Minas deve ser protagonista nesse novo momento.
A região é economicamente pujante, demograficamente expressiva e historicamente participativa. No entanto, desde a redemocratização, nenhum governador saiu dessa porção do estado. Está na hora de reequilibrar as forças. Mais do que isso: está na hora de o Sul de Minas ser o motor de um novo projeto de poder para Minas Gerais, onde o campo democrático possa se enraizar e crescer.
Nomes que unifiquem diferentes campos da política mineira — progressistas, moderados, liberais democráticos e forças populares — são necessários. Não é hora de aventuras individualistas nem de projetos sectários. A esquerda tem a responsabilidade de caminhar ao lado dessa construção, ajudando a pautar o conteúdo dessa aliança e garantindo que ela seja popular, inclusiva e comprometida com os que mais precisam.
Passos, como cidade polo, precisa liderar esse debate. Que daqui saiam ideias, articulações e compromissos. Que o Sul de Minas seja ouvido, respeitado e levado em conta na formação de um novo campo democrático em Minas. Os líderes advindos do Sul de Minas têm história, trabalho e capacidade de liderança. Que tenham também o protagonismo político que merecem.
O futuro de Minas — e do Brasil — passa por aqui.
Pedro Rousseff é vereador em Belo Horizonte, o mais votado da história do Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais. Foi Conselheiro Municipal da Juventude de Belo Horizonte e trabalhou na coordenação da campanha do presidente Lula em Minas Gerais, nas eleições de 2022.