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Oposição deve acionar a Justiça por supostas irregularidades na Casmil

26 de março de 2024

Foto: Reprodução

Ézio Santos

Especial para a Folha

PASSOS – A oposição à direção da Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil) deve acionar a Justiça por conta de supostas irregularidades na condução da instituição.

De acordo com membros da chapa de oposição, no último domingo, 24, durante Assembleia Geral Ordinária, não foi realizada a eleição para o Conselho Fiscal nem aprovado o balancete financeiro. Segundo eles, a reunião foi marcada por tumulto, indignação, bate-boca e pelo acionamento da Polícia Militar.

O edital de convocação para a assembleia previa, como assuntos mais relevantes que seriam debatidos na fábrica de Ração da Casmil, a eleição do Conselho Fiscal e a divulgação do movimento financeiro entre março de 2023 e 2024. O pleito não aconteceu e o balancete foi rejeitado pela maioria dos presentes.

A candidata da chapa 2, ‘Transparência Total’, Maria Cecília de Freitas Carvalho, que participou das outras três assembleias depois que o atual presidente do Conselho Administrador, Renato de Oliveira Medeiros, tomou posse, afirmou que o encontro de domingo foi uma “verdadeira baixaria”. Segundo ela, houve problemas desde a chegada dos cooperados de oposição na fábrica de ração, até o encerramento do evento.

“Para começar, a assessora jurídica da Casmil não permitiu que acompanhantes de cooperados entrassem no barracão onde ocorreu a assembleia, sem nenhuma ventilação, cheio de sacas de ração, um cheiro forte do produto e não tinha água potável. Fecharam os dois portões com cadeados e as pessoas idosas ficaram do lado de fora, por isso chamamos a PM. O som do microfone do presidente estava horrível e a gente não entendia nada. Foi horrível, desumano e com muita falta de respeito por parte da diretoria”, disse Maria Cecília.

 

Sobre os principais objetivos da assembleia, a ela contou que a chapa de oposição foi indeferida e que ficou sabendo no início da reunião. “Ninguém entendeu nada. Fiquei sabendo que a maioria dos candidatos ao conselho Fiscal não tinha comprado ração da Casmil, sendo que só eu gastei R$ 32 mil. É um absurdo isso. Já estava tudo armado antes. Depois disso o presidente revelou que a chapa 1, deles, também não foi aprovada e haverá uma nova eleição”, afirma.

De acordo com Maria Cecília, o presidente da cooperativa informou que o valor da dívida da Casmil saltou de R$ 98 milhões para cerca de R$ 140 milhões e, na hora da votação para saber o resultado do balancete financeiro, ninguém se manifestou com palavras, mas 75 dos 130 cooperados que participaram da assembleia formaram uma fila, dando a entender que eram contra os números apresentados por Renato Medeiros.

“O presidente estava na mesa entre o vice e o contador da Casmil. Ele teve a coragem de revelar que a dívida da empresa saltou de R$ 98 mi para mais de R$ 140 mi. Teve tanto protesto e o som baixo, que não deu nem para saber o real valor a ser rateado. Achei que ia sair briga de tanto nervosismo dos 90% dos presentes contra a atual diretoria. Nas outras assembleias teve no máximo 30 em cada”

Da candidata da chapa ‘Transparência Total’, Maria Cecília de Freitas Carvalho, sobre a assembleia da Casmil realizada no domingo.

Ela completou dizendo que no encontro de domingo, não teve o registro da ata sobre assuntos deliberados e nem através de fotos ou vídeo. O que saiu nas redes sociais, foi documentado por alguns cooperados com a câmara dos próprios celulares.

Na tarde de domingo e ontem, a Folha tentou contato com o presidente Renato Medeiros, mas não teve retorno. Há informação que representantes de várias cidades da região participaram da reunião.