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Opinião

Foto: Reprodução.

Luiz Gonzaga Fenelon Negrinho

Palmeiras, exemplo de gestão

Na leveza da observação, fico por entender como as pessoas são atrevidamente exigentes com números, fatos e acontecimentos, a ponto de exacerbar-se no campo do ponderável. Senão, vejamos. A priori, explica-se, o escriba aqui é atleticano mineiro roxo. E o tema em destaque é o futebol. Como na vida de cada dia, o esporte da multidão tem encantos, magias e sortilégios, a bem da verdade, dos quais não há como escapar.

Com efeito, não podia passar em branco. A semana foi bem pródiga na resenha no campo do demonstrativo. Por ter perdido duas partidas consecutivas, uma para o Esporte Clube Bahia e outra para o Botafogo do Rio, placar igual de 1 a 0, torcedores da Torcida Organizada palmeirense, também conhecida por Mancha Verde, resolveram abrir espaço para uma manifestação ao estilo “queremos reforços”, em frente à sede da empresa que dão apoio e sustentação ao clube. No detalhe, “nada contra o técnico”. Ficou-se, tão só, “nos reforços para a temporada” e contra o avião supostamente comprado por Leila Pereira, como é conhecida a famosa presidente mantenedora do clube paulista.

Pelos reforços, pergunta simples para resposta direta: quem para o lugar de quem? Num português flexível, à custa de neologismo produzido pelo então ministro do Trabalho de Collor, década de 90, Rogério Magri. À época, questionado por um repórter quanto à redução do salário do trabalhador, respondeu que o salário do trabalhador seria “imexível”. Por extensão, imexível é o elenco do Palmeiras, a comissão técnica, assim como sua impecável gestão.

Nascida por honra e glória de dois xarás imigrantes italianos, Luigi Marzo e Luigi Cervo, num 26 de agosto [de bom agouro] de 1914, o clube esportivo veio ao mundo com o nome de Palestra Italia, assim que escreve, sem o acento, precisamente Società Sportiva Palestra Italia –, quando, em 1942, em decorrência da guerra, viu-se obrigada a trocar de nome, passando a chamar-se Sociedade Esportiva Palmeiras.

Por que a análise de um torcedor “nada a ver?” Tudo a ver. A equipe do Palmeiras é o maior campeão brasileiro em toda e qualquer contagem e análise crítica. Atual vencedor da competição, o Palmeiras é o maior campeão da história do Brasileirão, com 11 títulos. Para se ter ideia, de 2015 para cá o Palmeiras conquistou duas Copas do Brasil, três brasileiros, duas Libertadores, três Paulistas, uma Recopa Sul-Americana e uma Supercopa do Brasil.

Podem perguntar: é pouco? Claro que não. Por último, quase três anos de trabalho, em 5 de novembro de 2020, trouxe para treinar o elenco um português que não é um treinador qualquer. Um vencedor. Sabe mexer na equipe quando precisa, como se estivesse diante de um tabuleiro de xadrez. Diante de perspectivas adversas, usa de estratégias como em desafiantes matchs, partida ou competição entre dois ou mais competidores no jogo de xadrez.

Não se trata aqui de opinião isolada, de alguém que quando garoto colecionava figurinhas do Palmeiras e as pregava na cristaleira de sua casa na Três de Maio, em Passos. O próprio Luiz Felipe Scolari, o Felipão, atual treinador do Galo, aponta Abel Ferreira como técnico da seleção brasileira e tem a mesma opinião quanto à performance da Sociedade Esportiva Palmeiras. E quem não quer Abel treinando o seu time? No uso e abuso da expressão cunhada por Nelson Rodrigues, Abel Ferreira é hoje, seguramente, o “óbvio ululante” para treinar qualquer equipe do mundo.

E quanto à torcida fanática e impaciente da Mancha Verde do Palmeiras – escusas aos prezados leitores – por analogia a historinha palpitante e não menos providencial. Certame para avaliar o melhor desempenho entre distintos senhores. Na arena, garbosos varões em competição. Por fim, para vencer, o competidor precisava chegar às 100 marcas da proeza. Esforço empreendido, o machão quase chegou lá. Conseguiu 99! Não abiscoitando as 100, ouviu do público presente o inesperado:

“Bicha, bicha…”
Calma, o melhor está por vir. Quem sabe Abel Fernando Moreira Ferreira aceite treinar a Seleção Brasileira e assim sairíamos do marasmo.
PS: Abraço especial ao amigo Donizetti Rodrigues Faria, aniversariante de ontem (01/07). Saúde e paz.

Luiz Gonzaga Fenelon Negrinho, advogado, escreve aos domingos nesta coluna. (luizgfnegrinho@gmail.com)

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