15 de junho de 2023
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GILBERTO ALMEIDA
“A injustiça que se faz a um é uma ameaça que se faz a odos.” Barão de Montesquieu
Ao longo da história, testemunhamos uma triste realidade em que pessoas ativas e destemidas, que ousaram enfrentar a criminalidade, foram cruelmente perseguidas, condenadas e injustiçadas, enquanto os próprios bandidos ficaram livres e, pasmem, foram até mesmo premiados. Esses eventos são revoltantes e despertam uma indignação profunda, pois corroem a confiança na aplicação da lei e no sistema de justiça.
É simplesmente revoltante constatar que, em alguns casos, a corrupção enraizada dentro das instituições, permite que criminosos influentes escapem impunes, enquanto aqueles que se atrevem a desafiá-los são tratados como inimigos do Estado. Até mesmo as Comissões Parlamentares de Inquérito, sempre consideradas arma oposicionista para investigações no regime democrático, estão completamente aparelhadas, praticando investigações facciosas e unilaterais, blindando a origem das ilicitudes praticadas. Essa inversão de valores é um soco no estômago de todos os cidadãos honestos que lutam por um mundo mais justo e seguro.
Não podemos ignorar a triste realidade de que, em sociedades corroídas pela impunidade, aqueles que se propõem a arriscar suas vidas em nome da justiça são condenados ao ostracismo, enquanto os verdadeiros transgressores continuam aterrorizando comunidades inteiras sem nenhum temor de consequências.
O sistema judicial, infelizmente, não está isento de falhas. Erros de julgamento, provas insuficientes, erros processuais, interferência política, viés ideológico e preconceitos arraigados, podem influenciar de forma nefasta os resultados dos julgamentos, levando inocentes à condenação e a absolvição de delinquentes verdadeiros. Essa é uma realidade que não podemos tolerar.
Nunca devemos esquecer que todos nós temos um papel a cumprir nessa batalha. É imperativo que a população se una para combater a criminalidade, apoiando aqueles que ousam enfrentar os bandidos e fortalecendo a negociação de denúncia. Somente assim podemos garantir que gatunos não reinem impunes e que a coragem e a justiça prevalecerão sobre a injustiça e a impunidade.
Embora seja profundamente desanimador presenciar a adoração a bandidos e perseguição àqueles que se dedicam à luta contra malfeitos, não podemos perder a esperança.
No entanto, em um mundo repleto de desafios, é fundamental lembrar que a esperança por si só não é suficiente. A esperança é uma chama que nos impulsiona, mas é a ação firme e determinada que traz mudanças reais e duradouras. É preciso transformar a esperança em luta.
A esperança pode nos manter otimistas e motivados, mas se ficarmos parados, apenas sonhando com um futuro melhor, permitiremos que os problemas se aprofundem e se espalhem. Devemos canalizar essa esperança em um fervoroso chamado à ação. Não podemos esperar que outros resolvam os problemas por nós. Cada um de nós tem o poder e a responsabilidade de cumprir seu papel.
A transformação da esperança em luta exige coragem e experiência. Significa erguer a voz diante das injustiças, desafiar as estruturas opressivas e enfrentar os obstáculos de frente. É necessário unir forças, encontrar aliados e construir movimentos coletivos, dentro da legalidade e usando de métodos pacíficos, que sejam capazes de promover a mudança que almejamos.
Bom ressaltar que movimentos coletivos que incorram em erros graves como ocorridos nos lamentáveis episódios de 08/01 são também inaceitáveis. Para combater o crime, jamais poderemos cometer atos criminosos porque os fins, não justificam os meios.
O tempo é um recurso precioso. Se adiarmos a ação, se permitirmos que a complacência tome conta, podemos perder oportunidades importantes para alcançarmos nossos objetivos.
Não podemos nos contentar com sonhos distantes e ideais abstratos. Devemos agir agora, com legalidade, resiliência e persistência, para criar uma realidade transformada.
É chegada a hora de despertar a indignação coletiva diante dessa injustiça flagrante, lutando incessantemente pela transformação do sistema de justiça. A sociedade não pode aceitar que os heróis que enfrentam a criminalidade sejam tratados como vilões.
Lembremos sempre que a história é moldada por aqueles que ousam lutar pelo que acreditam. Não desperdicemos essa oportunidade única de fazer a diferença. Transformemos a esperança em ação e lutemos, antes que seja tarde demais.
GILBERTO BATISTA DE ALMEIDA é engenheiro eletricista e ex-político, escreve quinzenalmente às quintas nesta coluna