Ícone do site Folhadamanha

Opinião

Luiz Gonzaga Fenelon Negrinho

Coisas do dia a dia

Bom dia, Luzia, com alegria!
Espero, não tenha ficado brava comigo ontem pelas observações que fiz quanto a escrever melhor. Ficou? Não deve ficar.
Pensa que não? Ainda nos dias de hoje tomo aulas com quem sabe. Participo de cursos e treinamento, capacitação, adequação, estrutural, comportamento etc. Embora aprenda muito, acaba que não sei nada. Mas vou adiante.

A gente precisa aumentar e melhorar o conhecimento. Saber mais. E só se passa a conhecer mais se a gente estuda e aprende. Ler, prestar atenção no que leu e está lendo, procurar entender a mensagem através da interpretação. Ver o que o autor quer dizer em sua mensagem. Não entendeu, recorra a quem dê resposta às dúvidas existentes.

Antigamente – não faz muito tempo – se recorria aos dicionários físicos. Aquele livrão. O mais famoso deles era o Aurélio. Tanto que Aurélio virou sinônimo de dicionário. Se quiser chamar de Pai dos Burros também pode. É assim que é chamado popularmente por muitos o léxico. Aí, pronto. Ocasião propícia para que se vá ao dicionário. Como hoje tudo é mais fácil e prático, se recorra, por exemplo, ao Dicionário On Line Priberam, ou outros, ferramenta rápida para consulta.

Sabe, Luzia, não fique triste pelas repreensões e chamada feitas. Não tem maldade de minha parte. Escrever “mecher” com “ch” não é correto. “Mexer’ é com “xis”. Assim se escreve. Eis o xis da questão.
Também esse negócio de dizer “Ata” também não está correto. É gíria criada pelos internautas, gente que tem preguiça de escrever. O certo mesmo é “Ah, está!”. Se quiser lascar o “ah, tá”, não está errado. A expressão é para dar sentido de que se entendeu.

Não fique magoada. Você estudou até a quinta série. Há advogados, médicos, dentistas e até jornalistas que, na hora de escrever alguma coisa, levam pau e escrevem errado. Faz parte.
Longe de mim querer transformar você numa escritora, numa sabichona de primeira grandeza. Nada disso.

Quero apenas que não faça parte do grupo ‘sem educação’ com o português, que nada tem a ver com o português da mercearia. Estou me referindo à Língua Pátria, que a gente estudou na escola e precisa continuar estudando, porque a língua é um sistema vivo e vai passando por mudanças e transformações ao longo do tempo.

Deu para entender? Não, pelo amor de Deus! Desculpe. Não é no sentido pejorativo, não! É para saber se entendeu na consideração devida da intercomunicação.

Sugestão de quem gosta muito de você e se preocupa com seu bem-estar: leia mais e bons autores. Existem muitos que escrevem tão gostoso, mas tão gostoso, que a gente vai lendo, lendo e não dá vontade de parar. E quando chega ao fim, vem aquele sentimento de querer mais e mais.

É assim, viu!
E, depois, quem lê mais, sabe mais e chega à frente, não entra em enrascada, não cai em esparrela. O que é cair em esparrela? É não deixar-se enganar. Essas coisas terríveis do dia a dia.

Apenas um toque de magia. Quando cheguei a Formiga, cidade que tanto amamos, admirava garotas que diziam “trabalhar” com o erre arrastado na elegância do falar. Eu falando porta, com sotaque estranho, e que continuo falando. Hoje, para tristeza, o que ouço é um atentado desastroso aos padrões normativos e harmônicos e que agridem os meus pobres ouvidos: “trabaiá”.

Não gosto! Fica meu repúdio. É horroroso!
Então que fique assim. Um caloroso abraço de quem gosta e se preocupa com você, quer vê-la bem, com boa escrita e um linguajar mais chique e atraente, tanto quanto possível. É difícil, impossível? Claro que não.

Escrever razoavelmente e falar dentro dos parâmetros da boa comunicação faz parte dos deveres cívicos e é uma forma de concatenar o raciocínio e o domínio da boa expressão e o valor demonstrativo da capacidade de compreensão. Como tudo na vida exige um pouco de esforço e treino, os votos são de que seja feliz no maravilhoso processo da magia da intercomunicação.

E antes que muitos atirem pedras por questão de suposto ato preconceituoso, não é não. Tudo aqui não passa de amor ao próximo e amor à Língua Portuguesa. Um pouco de cuidado e zelo não há de ferir e nem maltratar ninguém. Esclarecido?
O que se vê por aí é exatamente o oposto: o idioma pátrio sendo aviltado até mesmo por pessoas que deviam dar o exemplo e não dão.

E mais: claro que há diferença entre a norma culta e a coloquial, ou seja, esta última, língua falada no dia a dia. E o Enem sabe muito bem disso e o respeito deve sobrepor-se em todas as áreas de atuação, especialmente na boa educação.
Feliz Páscoa a todos e um abraço à Luzia, no demonstrativo, personagem atemporal.

Luiz Gonzaga Fenelon Negrinho, advogado, escreve aos domingos nesta coluna. (luizgfnegrinho@gmail.com). 

Sair da versão mobile