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Opinião

LÍVIA ALVES E SOUZA

Alfabetização personalizada: a evolução

A Alfabetização personalizada é a utilização de métodos diferentes para o processo de aprendizagem de cada um. Ao invés de ter uma única forma de ensinar a todos, ela respeita as diferenças no ritmo de cada um e consiste em fazer uso de interesses da pessoa para implementar o modo de ensinar.

O Brasil é um país com uma área de 8.515.767,049 km², desse modo, é possível observar que o país é bem vasto no que se diz de território. Nesse contexto, em algumas regiões o acesso ao conhecimento e à educação é precário, visto que podem ter dificuldades em acessar os recursos educacionais.

Além disso, pode ser que enfrentem desafios para obter acesso a tecnologia, uma ferramenta que facilita a obtenção de conhecimento, ou mesmo não possuem a infraestrutura adequada, enfrentando problemas com a eletricidade, ou pela falta de escolas, bibliotecas ou até mesmo pela falta de professores qualificados, uma vez que em algumas regiões é difícil ter docentes de matérias especificas.

Ao longo do tempo, os métodos usados para o ensino foram sendo adaptados para melhor se encaixar com a situação atual da sociedade. A tradicional consiste em o professor falar e o aluno gravar mentalmente a informação, não havendo uma grande interação entre eles.

No inicio do século XX, Maria Montessori desenvolveu o método Montessori, na qual o aprendizado é feito de forma autônoma, a própria pessoa é responsável pelo seu estudo. Na década de 1920 surgiu o método Waldorf, tendo como seu desenvolvedor Rudolf Steiner.

Nesse, havia a integração das artes, da música e do movimento no processo, já levando em consideração as diferenças de cada aluno. Em meados do século XX, Jean Piaget criou o método Piagetiano, o qual foca em o aluno interagir com o ambiente para obter o conhecimento.

Na atualidade são mais usados três métodos: o que se baseia na tecnologia, que corresponde em fazer uso de computadores e internet na sala de aula para ter acesso aos recursos digitais e simuladores que tornam o processo mais envolvente; a abordagem personalizada, que reconhece os ritmos de cada aluno e faz uso das tecnologias para adaptar as matérias baseando-se no que cada um necessita; e, o ensino hibrido, que se constitui pelos métodos presenciais e online, permitindo que cada um aprenda em seu ritmo e não percam a interação que o presencial garante.

Existe um outro método que ainda está em desenvolvimento, o aprendizado personalizado através de inteligência artificial (IA), o qual utiliza da IA para sistemas de tutoria que se adaptam as individualidades, faz uma análise de dados, identifica os padrões e se ajusta nas estratégias de ensino.

As mudanças nos métodos de ensino são salutares, visto que cada geração é diferente uma da outra, e para ter um processo educacional mais eficaz é preciso que haja adaptações, da mesma forma como a personalizada entende que cada aluno tem suas diferenças e nem todos aprendem do mesmo modo.

De acordo com o Instituto de Educação da Universidade de Londres os alunos com a alfabetização personalizada possuem uma maior probabilidade de melhorar as habilidades de leitura ao serem comparados com os alunos que obtiveram os métodos de ensino tradicionais. Além disso, outro estudo que foi publicado no “Jounal of Educational Psychology” descobriu que os alunos os quais o ritmo de aprendizagem fora respeitado compreendem os conceitos de suas leituras.

No entanto, implementar o método personalizado enfrenta alguns desafios, visto que adaptar no ritmo de cada indivíduo e customizar nas variações é trabalhoso. Além disso, os recursos limitados, depender do apoio dos responsáveis fora da sala de aula, monitorar o progresso, fazer adaptações quando necessário e impedir que a individualização gere um isolamento são dificuldades enfrentadas para aqueles que possuem o papel de ensinar.

Ao fazer a ligação da abordagem personalizada e a democratização do conhecimento, é possível entender que customizar as formas de ensinar contribui para que mais pessoas tenham acesso ao conhecimento. Esse método pode diminuir as disparidades educacionais, pois personalizar o ensino pode superar algumas barreiras de aprendizagem e contribuir para o acesso à educação de qualidade para pessoas com necessidades e origens diversas.

Não apenas isso, mas motiva para que sejam mais participativos e incentiva a autonomia, permitindo com que se sintam mais responsáveis pelo próprio aprendizado e colaborem com os que precisam de ajuda em seus processos.

Outro fator é que os conteúdos podem parecer mais relevantes e envolventes para aqueles que aprendem, devido a possibilidade de incorporar experiências de vida e acontecimentos nos métodos de ensino. Ademais, pode colaborar com o desenvolvimento de habilidades, como o pensamento crítico e resolução de problemas, preparando para os desafios do mundo.

Portanto, a alfabetização personalizada permite que o processo de aprendizagem não se limite a educação durante os anos escolares, uma vez que permite que sejam adaptadas para todos, possibilitando que ao ser adulto a pessoa de adapte às mudanças sociais e profissionais. E com a ajuda da tecnologia, a tendencia é que a aplicação de abordagens personalizada seja menos complicada e que o acesso ao conhecimento seja expandido.

LÍVIA ALVES E SOUZA, acadêmica do curso de Comunicação Social na UEMG – Passos e bolsista no Projeto de Extensão “Universidade e comunidade em diálogo: a democratização do conhecimento e a potencialização da cidadania científica” (Edital PAEx 01/2023).

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