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Opinião

Foto: Reprodução

LUIZ GONZAGA FENELON NEGRINHO

A importância do meio ambiente

Não existe nada pior para quem escreve do que a falta de assunto. Esse não é bem o caso. E não é porque fatos não acontecem em diferentes situações. O mundo gira, o tempo voa, as pessoas e problemas fluem e fervem na sequência e marcha que nos faz lembrar os rios que correm para o mar. Este, como que zelosa mãe, recebe as águas fluviais de braços abertos. É a vida. Pulsante vida. Os assuntos estão em toda parte. Um eterno ir e vir.

O interessante nesse processo de ir e vir é que não há obrigação e a sensação do desprazer. Insensato desprazer. Pelo contrário. A alegria está embutida numa onda inexplicável. Muito embora pareça tudo igual, numa relação de trabalho com gosto e cheiro de ‘tenho que fazer’, mas não. Não é trabalho, não é obrigação. É algo a ser direcionado e aplicado ao dever de ofício e aliado ao prazer obrigacional.

Fico às vezes me perguntando: por que não aprendemos com a natureza? Por exemplo, cada um fazendo o seu papel com dedicação, amor e carinho, de preferência na estima da consideração merecida. Feito isso, tudo vai parecer mais fácil, como que passear num bosque repleto de verde, sob a brisa encantada de um apreço infindo, sob as bênçãos de lagos e lagoas que fazem crer que a vida vale a pena ser vivida enquanto existir a amabilidade dessa natural constituição.

No reverso das ocorrências, na infelicidade da sorte, o homem não contribui para o meio ambiente. Chegam até mesmo a cortá-lo na desfaçatez do conhecimento da escrita e gramática. A horrenda façanha de hifenizar-se o “meio-ambiente”. E assim o faz por desconhecer por inteiro a expressão.

Grandes figuras defendem o meio ambiente. Órgãos e mais órgãos, tanto municipais, estaduais e federais. Só defendem. E processam, multam e punem, com o rigor da lei. Entretanto, não ousam lutar por espaços agradáveis, cobertos de sensatas atitudes quanto à educação ambiental, forma de manter viva e presente a consciência dos seres vivos, como plantas e animais em nosso meio. Vale a pergunta: será que nos relacionamos bem com a natureza, a terra e o ar que respiramos?

Infelizmente a resposta é não. Há tempo que não ouço falar em ecologia, a ciência que estuda os organismos vivos e seu hábitat. Também sobre a preservação do meio ambiente ou o cuidado que se deve ter com a nossa casa natural. Para o brasileiro, melhor negócio é futebol, carnaval, novela, cachaça, hipocrisia e fingimento. E cerveja. Muita cerveja. O povo acha o preço do livro inacessível. Caro. A cerveja e petiscos, nem tanto. E se gasta com bobagens, como tênis e roupas de marca. Ah, também se gosta de pirataria. Um faz de conta. “O me engana que eu gosto”.

Aquilo que sempre digo: as pessoas não assinam um jornal por acharem caro. Entretanto, o que gastam com inutilidades não está no gibi e nem nos jornais que tanta importância merecem pelo que representam como um conjunto de informações, formação e entretenimento. Pessoa que lê chega adiante.

Tudo isso é lamentável. Poucos se preocupam se o rio está limpo ou poluído. Com os animais nas ruas. Ainda os maltratam. Como não dispensam o imprescindível cuidado e valor à reciclagem, a não ser os trabalhadores que vivem de recolher papeis e papelões para vender aos quilos para a sua mantença. Talvez nem saibam que serão transformados em novos produtos para um seguido e eterno indo e vindo.

Nada se perde, tudo se aproveita na natureza através da decomposição. Quando se diz tudo, é tudo mesmo. Desde aquilo que fazemos no dia a dia – as necessidades fisiológicas – até as carcaças de animais mortos. São recursos naturais. Apodrecem, vão para debaixo da terra e, com o tempo, se transformam e viram alimentos para as plantas.

Quando se fala em perigo de extinção, toda a precaução é necessária. Filetes d’água que um dia foram rios, animais que existem em pouca quantidade, a mata atlântica que já não é a mesma. Gigantescas áreas de preservação são atacadas e devastadas, sobretudo na Amazônia, aos olhos das autoridades. Em vista disso, o termo deve ser levado a sério no sentido de zelar, para não se usar o “já tivemos” ou o “já teve”, o que é comum nos dias atuais.

Por tudo isso e outros motivos, a educação ambiental deve começar em casa, nas escolas primárias e em todos os lugares possíveis. Afinal, a integração do ser humano com o meio ambiente deve andar de mãos dadas, juntas. É questão de sobrevivência, vida e morte. O corpo humano tem ligação estreita e direta com o meio ambiente.

Como se vê, o assunto é palpitante, desde o ambiente urbano até mesmo outros que desconhecemos. Estão em jogo: educação, ecologia, preservação – a vida como um todo. Pensando bem, estamos em contínua atividade.

Que a má sorte, como que lixo atômico em milenar descarte, seja lançada na órbita de outros espaços, bem longe da terra, para nunca mais voltar. O lixo, o doméstico, ainda se há de aproveitar para outras funções em favor da vida.
A boa sorte, em completa interação com o ambiente no qual vivemos, é que existe vida. Vida em abundância e por inteiro. Até quando Deus quiser!

PS: Para Neusa, nossa eterna e prestimosa colaboradora.

LUIZ GONZAGA FENELON NEGRINHO é advogado (luizgfnegrinho@gmail.com).

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