5 de abril de 2023
WASHINGTON L. TOMÉ DE SOUSA
Com o feliz advento da vinda para Passos da fábrica da Heineken, cujas obras de construção já se iniciaram, com tudo o que representa de positivo para o município e para o seu entorno, na geração de empregos, no empreendedorismo, na arrecadação de impostos, na projeção do nome da cidade, na atração de novos empreendimentos etc., uma nova fase de desenvolvimento se prenuncia para a nossa cidade.
Após o longo período da pandemia de Covid-19, com a estagnação da sociedade que a acompanhou em quase todos os aspectos, a economia e as atividades rotineiras da cidade começam a retomar o seu ritmo normal, mas não podemos ficar de braços cruzados, aguardando, apenas, a vinda da cervejeira para alavancar a economia e os negócios do município, até mesmo porque este empreendimento ainda deve demorar uns dois anos para estar concluído.
Como bem diz a sabedoria popular, “não podemos dormir sobre os louros colhidos”. A vida continua, com as suas muitas demandas, e não podemos ficar de braços cruzados aguardando o futuro chegar, sob pena de sermos atropelados por acontecimentos previsíveis e para os quais não nos preparamos.
Um exemplo atual: a epidemia de dengue que assola Passos, já tendo ceifado várias vidas. Com as chuvas frequentes que vem desde outubro de 2022, somadas ao período do calor e ao pouco cuidado com a limpeza urbana tanto por parte dos cidadãos quanto por parte da administração pública, o resultado não poderia ser outro: doenças e mortes.
Um empreendimento de grande porte como o da fábrica da Heineken, gerará impactos consideráveis em diversas áreas, tais como a ambiental, a social, a de logística etc. Quanto a esta última, por exemplo, comenta-se que cerca de 300 caminhões transportando cerveja sairão da fábrica por dia, via rodovia MG 050. Serão caminhões indo e retornando pela mesma via, diuturnamente.
A concessionária da rodovia, a Nascentes das Gerais, já foi instada, tanto pelo Estado de Minas quanto pelo Município de Passos a se preparar para tal impacto, fazendo os investimentos necessários na via para suportar tal demanda, a fim de se evitar os já conhecidos gargalos de tráfego nas pistas simples e que já deveriam estar duplicadas? Isso, para se ficar só nesta questão. Sem planejamento prévio, problemas evitáveis surgirão.
Viajando recentemente com grupo de amigos, fomos perguntados de onde éramos pelos garçons do restaurante em que fomos fazer refeição. Respondemos que de Passos. Ele não identificou, de imediato, a cidade. Aí, um maroto do grupo disse: é aquela cidade que fica perto do Glória, perto de Capitólio. A referência funcionou e caímos todos na gargalhada. Conto este episódio para lembrar que “quem não é visto não é lembrado”.
E Passos precisa voltar a ser lembrada. Com a paralisia da covid, vários eventos de caráter regional e nacional em Passos foram cancelados ou suspensos e precisam, com urgência, ser reativados e outros criados. Dentre eles, cito a Promoda, a Feira Nacional de Móveis Rústicos, o Festival Nacional de Teatro, a Feira Literária de Passos (Flipassos), o Encontro Nacional de Motociclistas (Passos Motorcycles) e outros. Passos deve ser, também, lembrada como a cidade da saúde e do saber, com seus hospitais de referência e instituições de ensino de qualidade em todos os níveis, bem como um dos principais portais turísticos da Serra da Canastra.
O poder público municipal e a iniciativa privada precisam estar atentos e investir pesado na realização e divulgação de tudo isso, para, então, colhermos os frutos.
Saúde e paz a todos!
WASHINGTON L. TOMÉ DE SOUSA (@washingtontomedesousa – Youtube), bacharel em Direito, ex-diretor da Justiça do Trabalho em Passos, escreve quinzenalmente às quartas, nesta coluna