Opinião

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8 de novembro de 2023

foto: Reprodução

PAULO NATIR

Pela paz na Palestina

“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver”. I Pedro 1.15.
Há exatamente um mês o mundo assiste os horrores de uma cruel guerra entre o grupo terrorista Hamas e Israel. Esse conflito (Palestina e Israel) existe desde a criação de Israel, após a II Guerra Mundial, porém desde o último dia 07 de outubro a escalada da violência só aumenta e já ceifou a vida de cerca de 11 mil pessoas.

Quase duas mil mortes do lado israelense e aproximadamente nove mil em território palestino – quase todas vítimas residiam na Faixa de Gaza. A preocupação mundial é que a guerra se espalhe pelo Oriente médio.

É extremamente nocivo constatar que na terra onde Jesus nasceu a morte é tão banalizada. Cristo nasceu em Belém, na Cisjordânia. A carnificina começou há 30 dias durante uma ofensiva coordenada pelo Hamas contra cidades israelenses próximas a fronteira da Faixa de Gaza. Os terroristas atacaram instalações militares e colonos civis.

As imagens das vítimas carbonizadas ou mutiladas chocaram a opinião pública. O incidente gerou um conflito que vem sendo descrito como uma Terceira Intifada (rebelião popular). A primeira intifada ocorreu na década de 1 980 e a segunda no início dos anos 2 000.

No último dia 07 o Hamas deu início a um bombardeio de mísseis contra Israel. O país também foi invadido por combatentes em um comboio de veículos quando foram realizados vários ataques contra os militares israelenses, bem como contra as comunidades civis de Israel.

Uma covardia monstruosa. O ápice do show de horrores em Israel foi o assassinato de dezenas de jovens que participavam de uma festa (raive) em um espaço perto da Faixa de Gaza. A turma facilitou os atentados ao promover o evento próximo à fronteira entre os dois países.

A reação israelense tem sido brutal, principalmente contra a população civil que vive espremida na Faixa de Gaza. A população civil é usada como escudo pelo Hamas. O ataque terrorista aconteceu pela enorme opressão e apartheid que vive há anos a população palestina residente em Gaza. Os assentamentos israelenses construídos em territórios que seriam palestinos também são a grande origem da guerra.

A ONU (Organização das Nações Unidas) promove reuniões desde o início do conflito, mas não consegue chegar a um consenso para pedir um cessar fogo. O Conselho de Segurança estava sendo presidido pelo Brasil que quase conseguiu aprovar uma resolução para paralisar os combates. Contudo, a proposta brasileira foi rejeitada apenas pelos Estados Unidos.

O Conselho possui cinco países como membros permanentes e com poder de veto. Os americanos vetaram a proposta brasileira pois no momento que ela foi apresentada o presidente americano, Joe Biden, estava no Oriente Médio costurando uma possível pausa no conflito para que pudesse ocorrer a tão necessária ajuda humanitária.

Diretores da Cruz Vermelha disseram que a ajuda enviada à Faixa de Gaza é totalmente insuficiente. Até agua potável é raridade em meio à guerra. Muitos civis que até agora escaparam dos bombardeios correm o risco de morrer de fome ou de sede nos próximos dias.

O primeiro ministro israelense Bejamin Netanyahu disse que um cessar não vai acontecer enquanto os terroristas mantiverem presos os mais de 200 reféns raptados no início do conflito. Analistas acreditam que a guerra pode se estender por vários meses. A diplomacia mundial teme a entrada do Hezbollah no conflito. Esse grupo terrorista que tem sede no Líbano é mais violento e poderoso que o Hamas e há mais de 40 anos luta pela libertação da Palestina.

Vamos todos orar pela população da Palestina bem como pelos israelenses. As principais vítimas dessa guerra chamada santa e insana são crianças e idosos. Esse conflito histórico associado à guerra da Rússia contra a Ucrânia pode levar o mundo a uma terceira guerra mundial – que pode trazer a destruição total da vida na Terra. Segundo a imprensa, Netanyahu afastou na semana passada um ministro de seu governo que havia sugerido o lançamento de uma bomba atômica na Faixa de Gaza.

Até quando os envolvidos vão abrir mão do arsenal atómico? Infelizmente ou felizmente só nos resta pedir a Deus proteção contra os senhores da guerra. Os brasileiros também lutam muito para sobreviverem em um país que oficialmente não está em guerra. Porém, diariamente a população brasileira vive situações dramáticas e violentas que a gente não vê nem nas trincheiras dos piores conflitos.

PAULO NATIR é jornalista