7 de novembro de 2023
LÍVIA ALVES E SOUZA
“Democratização do conhecimento”, em síntese significa tornar o conhecimento acessível a toda sociedade, independente de fatores sociais, econômicos e geográficos. O crescimento tecnológico e a globalização são duas causas que facilitaram o acesso a informação, permitindo que a divulgação de teorias, pesquisas, dados, notícias e entre outros pudessem atingir os dois extremos do globo.
Nesse contexto, a revolução digital abriu portas para a democratização do conhecimento, uma vez que de um pequeno dispositivo conectado a internet é possível ter acesso a informação de todos os lugares do mundo, além das plataformas de ensino on-line, bibliotecas virtuais, artigos científicos, e os diversos vídeos educacionais que são publicados no YouTube diariamente. Desse modo, facilitou para que pessoas de diferentes locais do mundo consigam ter acesso à toda essa aprendizagem.
No entanto, apesar de toda facilidade para transmitir informações verdadeiras e educacionais, a internet também tem seu ponto negativo, como a divulgação de desinformações e as “fake News” (notícias falsas), além disso, vale lembrar que mais de 15% da população brasileira não possui acesso a internet, sendo assim, toda a sua comodidade não os atinge.
Contudo, democratizar o conhecimento não é apenas sobre ter acesso a informações, é também sobre a capacidade crítica. Desse modo, é necessário encorajar a compreensão profunda, a análise cuidadosa e a capacidade de questionar.
Nesse contexto, as condições brasileiras no quesito da educação colaboram com o problema, com escola superlotadas e a falta de infraestrutura adequada prejudicam aqueles que buscam o conhecimento. Além disso, a extensão geográfica do Brasil dificulta o acesso em áreas remotas, principalmente na região Amazônica, outro ponto são as políticas educacionais que mudam com certa frequência e os orçamentos limitados para a educação.
Ademais, ao falar sobre conhecimento é importante citar o Instituto de Pesquisa Social, mais conhecido como Escola de Frankfurt, a Instituição fundada na década de 1920 na Alemanha, foi criada com o intuito de ser dedicada a análise de assuntos relacionados a política, cultura e sociedade. Entre os vários membros estão Max Horkheimer, Theodor Adorno, Hebert Marcuse e Walter Benjamin.
Desse modo, ela é responsável pela contribuição da teoria crítica e com a crítica sobre a Indústria cultural (utilização da cultura como base para produtos). Os pensadores do Instituto questionavam como o conhecimento é influenciado pelas estruturas de poder, e serve para manter as coisas no estado em que se encontram e perpetuar a desigualdade social, outrossim, perceberam a grande influência da mídia, dos cinemas e das músicas na população, e com isso, argumentavam os meios estavam sendo manipulados para criar a alienação na sociedade. Além disso, enfatizavam como a reflexão crítica é importante, uma vez que a mesma capacita que os indivíduos questionem e procurem o conhecimento por si mesmo.
Seguindo essa lógica, ao democratizar o conhecimento pode aumentar as oportunidades para aqueles que mais sofrem com a desigualdade social, e permitir que todos tenham uma maior participação política e social, exercendo seu direito a cidadania. Não apenas isso, mas também ao ter mais pessoas com acesso ao conhecimento cientifico e tecnológico pode impulsionar o desenvolvimento da tecnologia e acelerar seu processo. Além de combater a disseminação das informações falsas.
Portanto, para que se tenha uma sociedade informada, participativa e justa, é fundamental que ocorra a democratização do conhecimento. Por mais que no Brasil existam os desafios em relação a infraestrutura, acessos a educação e a desvalorização de professores.
Por intermédio da colaboração do governo com instituições educacionais, empresas e a população é possível que se supere os desafios e promovam um acesso mais amplo e igualitário, capacitando a todos não apenas para o avanço da sociedade, mas para o progresso pessoal.
Os pensadores da Escola de Frankfurt ensinaram a importância do conhecimento e da cultura na formação da sociedade, uma vez que influenciam nas ações, valores politica e percepções da população. E atualmente a tecnologia torna o conhecimento mais acessível, e permite participação global no mesmo, as plataformas de ensino online, e o compartilhamento de conteúdo, estão revolucionando a forma como todos aprendem, ensinem e interagem.
Se no passado a Escola de Frankfurt questionou as estruturas de poder por limitarem o acesso ao conhecimento, atualmente a tecnologia permite que pessoas ao redor do mundo tenham acesso a informações e a educação de qualidade, além de dar o poder de questionarem e criticarem diversos pontos, e poderem opinar nas questões que se dizem ao respeito de todos.
LÍVIA ALVES E SOUZA, acadêmica do curso de Comunicação Social na UEMG – Passos e bolsista no Projeto de Extensão “Universidade e comunidade em diálogo: a democratização do conhecimento e a potencialização da cidadania científica” (Edital PAEx 01/2023).