Dia a dia

Oniomania – Parte 2

6 de maio de 2024

Foto: Reprodução

LUIZ GUILHERME WINTHER DE CASTRO

Quando dissemos que o transtorno da onIomania pode causar consequências sérias e levar a pessoa à depressão, nos deparamos com a psicóloga Cynthia Valério afirmando que a oniomania pode estar ligada a outros transtornos como a depressão e ansiedade. Eu entendi que a depressão e a ansiedade também podem levar a pessoa a entrar no transtorno da compulsão de comprar. Espero estar correto! Pelo visto, então, tudo parece esta interligado, a pessoa com o transtorno pode ficar depressiva pelas enrascadas em que se mete. Por outro lado, a pessoa já depressiva ou muito ansiosa pode cair na armadilha da oniomania. Estou raciocinando corretamente? Espero que sim, ninguém melhor que um especialista para me corrigir ou concordar comigo.

A nossa psicóloga afirma que na prática clínica é comum ver pessoas com comportamento compulsivo para comprar. Elas fazem uma certa confusão entre o desejo e a necessidade. As pessoas simplesmente compram, compram apenas pelo desejo de comprar e abarrotam suas casas com objetos ou artigos que simplesmente não precisam, não usarão. As consequências são aquelas danosas que já afirmamos no texto anterior: danos sociais, emocionais, danos financeiros com perda de dinheiro, dívidas desnecessárias e difíceis ou até impossíveis de serem saldadas, comprometendo a renda e sobrevivência familiar. Enfim, um desastre atrás do outro. Outra preocupação, também, é com os familiares, amigos e colegas que estarão presenciando a pessoa entrar nessas trapalhadas de comprar compulsivamente. O que eles poderão fazer, além de dar conselhos? A pessoa, então, mente, esconde, sente arrependimento e se culpa, mas, às vezes, a situação já está insustentável.

A psicóloga Cynthia Valério considera uma dificuldade diagnosticar o problema da oniomania. A principal causa, pelo que entendi, é a pessoa não aceitar facilmente que ela sofre dessa compulsão. Ela procura esconder suas compras dos familiares ou pessoas mais próximas dela. Ela se nega a aceitar que tem um problema. Eu, aqui, faço um paralelo com pessoas que afirmam consumir bebidas alcoólicas apenas socialmente, quando na verdade, exageram e já possuem um elevado grau de vício. Não querem admitir que exageram, passam dos limites. Estou certo? No caso da oniomania, a psicóloga afirma que tais pessoas precisam se conscientizar, aceitar que precisam de ajuda e se submeterem ao tratamento com o profissional da psicologia. Ela afirma, ainda, que o tratamento deve ser realizado através da psicoterapia. O psicólogo procura entender a pessoa e fazer com que ela também busque compreender o motivo, as razões que a fazem comprar de forma desordenada. O profissional deve procurar e buscar estratégias adequadas, durante as sessões, que façam a pessoa tentar mudar o seu comportamento.

Quantas sessões serão necessárias? Somente com o “andar da carruagem” será possível o profissional ter uma previsão, cada caso só poderá ser tratado individualmente, pois cada pessoa com o mesmo problema será diferente de outra, as dimensões, circunstâncias e as personalidades diferem.

Há, ainda, a possibilidade da terapia em grupo, desde que a pessoa aceite compartilhar com outros os seus problemas de compulsão. Durante as reuniões ela consegue expor suas ideias, suas inseguranças, frustrações, sensações, emoções e ansiedades que a fazem comprar sem o devido raciocínio correto em suas ações. Trocando tudo isso e experiências com os demais, talvez a possibilidade de aceitar o seu problema ajude a resolvê-lo.

Nossa psicóloga também esclarece que se a oniomania estiver associada à depressão ou problemas de ansiedade, a consulta ao profissional da psiquiatria será recomendada. Após uma avaliação correta dele a recomendação poderá ser o uso de remédios que atuem como antidepressivos ou que sejam estabilizadores do humor.

O importante no tratamento do transtorno é que não se perca tempo. Aos primeiros sintomas de estar comprando compulsivamente é preciso que não se espere a situação se agravar. Procurar imediatamente informações sobre o problema e de preferência, procurar um profissional da psicologia. Acredito que os psicólogos estejam todos preparados para saber tratar casos de oniomania. Eles ajudarão bastante, mas o paciente também deverá colaborar.

LUIZ GUILHERME WINTHER DE CASTRO, professor de oratória e de técnica vocal para fala e canto em Carmo do Rio Claro/MG, ex-professor do ensino comercial com reg. no MEC, formado no curso normal superior pela Unipac. E-mail: luizguilhermewintherdecastro@hotmail.com