29 de abril de 2024
LUIZ GUILHERME WINTHER DE CASTRO
Foi com este título que encontrei na Revista Unimed Ativa, uma publicação da Unimed Sudoeste de Minas, ano 6, Edição 21, do trimestre “Abril-Maio-Junho de 2023”, um artigo bastante interessante, sugestivo e sempre atual, pois há um bom número de pessoas enfrentando as consequências que a oniomania provoca na vida delas. O subtítulo do texto é: O QUE É ISTO?
A oniomania não é palavrão, mas até que poderia ser pelos males que acarreta na vida das pessoas que sofrem com tal problema.
A palavra tem origem no grego oné, “’compras”, mais a palavra mania “loucura”. Numa interpretação simplista: loucura por comprar.
As pessoas que sofrem de tal mal têm obsessão por comprar. Compram além do que necessitam e compram até aquilo que não precisam, pelo simples prazer de adquirir, sem medir consequências.
A revista cita a Organização Mundial da Saúde (OMS) informando que 8% da população mundial sofre de oniomania ou consumismo compulsivo. Uma triste informação é que as maiores vítimas do mal são as mulheres. Elas são em maior número de sofredoras da oniomania em relação ou em proporção aos homens.
A psicóloga Cynthia Teixeira Oliveira Valério, do Núcleo de Atenção à Saúde, da Unimed de Piumhi, MG, consultada para enriquecer o assunto na revista informa algumas características que servirão de alerta para detectar o transtorno conhecido como a oniomania, também chamada de compulsão para as compras.
A oniomania (também conhecida como oneomania), é considerada um transtorno de personalidade e um transtorno mental, segundo a psicóloga Cynthia Valério. Ela cita as características: o descontrole financeiro na hora das compras, a pessoa não pensa no que está gastando e nem o quanto; tem por costume esconder as compras dos familiares, não as deixa perceber e nem saber; desejo insaciável de consumir sem se dar conta do motivo; a pessoa tem uma enorme ansiedade e sofre um transtorno de humor se ficar longos períodos longe das compras; ao sentir-se tristonha, meio deprimida ou sob pressão, a ansiedade para fazer compras aumenta.
Como vivemos num mundo onde impera a modernidade da tecnologia, diz a nossa psicóloga, a facilidade de fazer compras com apenas um ou alguns cliques nos aparelhos modernos faz com que a pessoa que sofre de tal transtorno aperfeiçoe cada vez mais a sua compulsão. Tais modernidades exercem influência nessas pessoas. Elas compram para sentir prazer e bem-estar, para que tenham uma agradável sensação. Assim, elas consideram o ato de comprar um remédio, um lenitivo, um calmante, um alívio para suas frustrações e tristezas. Ter um telefone celular ou computador à disposição é muito mais fácil que correr até à drogaria ou à farmácia para pedir um medicamento qualquer. Pode sair até mais caro, mas elas não pensam assim, não se preocupam com as consequências, ao menos naquele momento que julgam ser cruciante.
Por conta dessas facilidades modernas, as pessoas agem sem perceber o que estão fazendo. Entram num “barco furado” que naufragará logo além pelo excesso e o peso da água. Agem despercebidas e desapercebidas, ou seja, não percebem e nem estão prevenidas para as consequências. As consequências poderão ser mais danosas que o próprio transtorno de comprar. Comprou porque teve o dinheiro no momento ou o necessário crédito. Mas depois, ao ver que acabou o dinheiro e precisar de mais para honrar os compromissos assumidos poderá não haver as fontes ou recursos disponíveis. É aí que a doença pode ficar muito mais grave. Os problemas financeiros, a “quebradeira” como dizem na linguagem popular, acarretarão um tremendo prejuízo na vida social da pessoa, na vida profissional e familiar. O relacionamento em todos os setores e ambientes da vida estarão seriamente comprometidos. Muitas vezes, o desastre poderá levar a pessoa à depressão gravíssima com imprevisíveis consequências. Pessoas com tais problemas na vida precisam urgentemente procurar um bom profissional entendido de comportamento humano. Tais profissionais estão na área da psicologia, psiquiatria e outros mais. É importante que se busque tratamento logo no início, quando a própria pessoa perceber a necessidade ou alguém da família observar e tentar salvar a pessoa logo, antes que a situação fique grave. Prevenir na hora certa e com um bom profissional é o caminho a seguir, sem titubear, sem esperar que a situação se complique. “Melhor prevenir do que remediar”, diz o velho ditado e conselho já dos tempos de nossos avós.
LUIZ GUILHERME WINTHER DE CASTRO, professor de oratória e de técnica vocal para fala e canto em Carmo do Rio Claro/MG, ex-professor do ensino comercial com reg. no MEC, formado no curso normal superior pela Unipac. E-mail: luizguilhermewintherdecastro@hotmail.com