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Onde a solidariedade resiste: o cotidiano por dentro do único albergue de Passos

Entre 130 e 150 refeições são servidas diariamente pela Associação Santo Agostinho no programa Pão Nosso, que oferece alimentos a pessoas em situação de rua / Foto: Albergue/Divulgação

Fernando Chaves

PASSOS – É fim de tarde em Passos. Quando o relógio se aproxima das cinco, o portão da Associação Espírita Santo Agostinho (Aesa) se abre para receber os primeiros rostos marcados pela rua. O ritual é meticuloso: nomes conferidos, kits distribuídos — lençol, pijama, sabonete. Vêm homens e mulheres com poucas palavras e muitos silêncios, cansados do dia, da vida. O guarda recolhe os documentos, e ali dentro se arma uma rede de cuidado improvisada, sustentada por doações, voluntários e um senso profundo de humanidade. Às 20h30, todos já passaram pelo banho, jantaram e, agora, tomam um café com quitandas. Às 22h, silêncio nos quartos. Do lado de fora, a cidade segue seu fluxo. Ali dentro, repousa a tentativa de oferecer, por uma noite, um pouco de dignidade.

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