“José Augusto de Freitas – elo perdido do violão brasileiro” – este é o título da biografia recém lançada, escrita por Jorge Mello e Celso Faria. O trabalho joga luz à trajetória artística de um dos mais expressivos instrumentistas brasileiros, que atuou entre as décadas de 1920-40, principalmente na cidade do Rio de Janeiro-RJ.
Certa vez, perguntado por um jornalista qual era sua pretensão, Freitas não titubeou: “quero ser concertista de violão” – e foi! Natural de Rio Pomba-MG, ele é considerado o principal discípulo de Quincas Laranjeiras (para muitos, o introdutor do violão clássico na cena carioca), também teve contato, dentre outros, com Andrés Segovia, Heitor Villa-Lobos e Agustín Barrios – este último se hospedou em sua residência por meses.
Habitué em diversas emissoras de rádio da então capital do Brasil, José Augusto de Freitas se apresentava executando, além de suas próprias composições, obras do repertório clássico do instrumento. Durante algum tempo, além do violão, ele lecionou acordeom, instrumento que estava “na moda” – decorrente do sucesso alcançado por Luiz Gonzaga.
Incompreensivelmente, hoje em dia José Augusto de Freitas é praticamente desconhecido, ele somente é lembrado como o compositor de uma única música, a valsa “Soluços”, gravada fonograficamente por Dilermando Reis, no LP “Saudade de Ouro Preto” (1966). Apesar de curta, a carreira de Freitas foi intensa e sem precedentes no cenário brasileiro do violão à época.
José Augusto de Freitas sucedeu a geração de Américo Jacomino (Canhoto) e João Teixeira Guimarães (João Pernambuco) e antecipou a de Dilermando Reis, Laurindo Almeida e Aníbal Augusto Sardinha (Garoto) – por isso, elo perdido do violão brasileiro!
O trabalho de pesquisa para a biografia teve início em junho de 2021 e contou com: viagens à terra natal do biografado, a fim de coletar certidões de nascimento dele e de familiares; análise de documentos; fotos; matérias e anúncios veiculados em jornais da época: programas impressos dos concertos; uma biografia escrita por um de seus ex-alunos (Benedicto Rodrigues) que não foi publicada; além de entrevistas com familiares e amigos do violonista.
Sobre os autores
Jorge Mello é professor aposentado de Física da UFRRJ e é coautor de “Caminhos Cruzados, a vida e a música de Newton Mendonça” e “Choros de Garoto” e autor de “Gente Humilde, vida e música de Garoto”; “A viagem musical de Nestor Campos” e “Do Zezinho do Banjo ao Zé Carioca”.
Celso Faria é concertista de violão (atua em recitais solo, em diversas formações camerísticas ou ainda como solista orquestral), professor e produtor cultural. Com destacada atuação, foi premiado em diversos concursos de interpretação musical, participou de programas para rádio, TV e Internet. Frequentemente é convidado para participar de festivais de música no Brasil e já gravou sete álbuns fonográficos.
O livro que foi publicado de forma independente, possui 238 páginas e está à venda com os autores (que podem ser contatados em suas redes sociais: Facebook, Instagram e YouTube) e o valor é de R$70,00 (setenta reais).