O que esperar do clima na chuva e temperatura em fevereiro: enquanto no Sul quase metade das cidades gaúchas estão em emergência por estiagem em mais um verão sob La Niña no Pacífico, o Sudeste ainda sofre com as chuvas. O mês de janeiro marcou um agravamento ainda maior da estiagem no Rio Grande do Sul com um salto no número de municípios em situação de emergência para 218. As perdas no setor primário se acentuaram com quebra significativa na cultura de milho e perda de produtividade na soja. Os níveis de diversos rios baixaram e alguns municípios passaram a racionar água. Em Santa Catarina e no Paraná, ao contrário, o mês de janeiro terminou com chuva frequente e mais abundante, o que faz com que os dois estados não sofram os efeitos da estiagem que assola área do Rio Grande do Sul para o Oeste e o Sul, em direção à Argentina e o Uruguai.
Chuvas
No Centro-Oeste e no Sudeste, as chuvas foram abundantes na maioria das áreas, mas ainda assim abaixo da média em muitos pontos do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Como a climatologia de janeiro tem altos volumes de precipitação nestas áreas, mesmo chuva abaixo da média acaba significando volumes expressivos. Grande parte de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro tiveram chuva acima da média.
Mês quente
Já fevereiro é o mês mais quente ou segundo mais quente do ano na maioria das áreas do Centro-Sul do Brasil pelas normais da climatologia histórica. O verão teve início ainda sob influência do fenômeno La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial e que tanto impacto trouxe no clima nos últimos meses. É o terceiro verão seguido que começa com La Niña, mas que já atingiu seu pico de intensidade em outubro. Chuva perto ou acima da média em fevereiro é esperada em parte do Centro-Oeste e da Região Sudeste do Brasil. Algumas áreas devem ter excessos de precipitação com elevado risco de inundações e deslizamentos. As áreas de maior risco no Sudeste são Minas Gerais e o interior do estado de São Paulo, mas temporais isolados podem gerar problemas por excesso de chuva em curto período no Rio e no Espírito Santo.
Extremos
Volumes muito altos e até extremos certamente vão ocorrer no Centro-Sul do Brasil em curtos intervalos de maneira muito isolada acompanhando temporais localizados que ocorrem precipuamente da tarde para a noite, sobretudo em dias de calor mais intenso. Estes temporais podem vir com granizo, vendaval e em casos mais extremos até tornados e correntes descendentes violentas de vento (downobursts ou micro-explosões).