PASSOS – A pouco mais de quatro meses para terminar, 2024 já é o ano mais letal da dengue na região. Desde o início de janeiro, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) já confirmou 41óbitos em decorrência da doença, três a mais que as 38 mortes registradas nos doze meses de 2023.
Dados do Painel de Monitoramento de Casos desta segunda-feira apontam mais quatro mortes em relação ao levantamento do dia 30 de julho. Segundo as informações da SES, foram confirmadas as duas primeiras mortes neste ano em Capetinga, a primeira em Pratápolis e o quarto óbito em São Sebastião do Paraíso.
Na série histórica do Painel de Monitoramento, que disponibiliza dados desde 2009, o ano passado, até ontem, era o que registrava o maior número de mortes confirmadas.
Até 2023, a região nunca havia registrado confirmações de óbitos acima de dois dígitos por ano. Entre 2009 e 2022 foram 18 óbitos confirmados, segundo dados do painel.
Nesse período, 2014 é o ano com maior número de mortes confirmadas, oito, seguido por 2022 (quatro) e 2019 (duas). Os outros quatro óbitos foram em 2009, 2013, 2015 e 2018, sendo uma ocorrência em cada.
Casos
Em 2024 a região também atingiu números recordes de casos prováveis e de confirmações da doença. Até ontem eram 51.314 casos prováveis, sendo que 40.720 deles já estão confirmados.
Em 2023, nos doze meses, o painel aponta 30.604 casos prováveis, sendo 29.460 confirmações.
Na comparação com agosto do ano passado, o número de casos prováveis aumentou 147,12% na região. Segundo boletim epidemiológico divulgado em 28 de agosto de 2023, a SES registrou 20.765 notificações da doença.
Investimento
No início deste mês, a SES divulgou investimento de R$163 milhões em recursos para as ações de enfrentamento às arboviroses como dengue, zika e chikungunya.
“Estamos em agosto, mas temos mosquitos e vírus circulando no estado e precisamos estar preparados antes do período chuvoso”, destacou Baccheretti.
“Vivemos, em 2024, o pior ano da nossa história de casos arboviroses, com mais de 1,6 milhão de casos. Não podemos esquecer que os ovos do Aedes estão depositados em diversos locais e, logo, logo já volta a chover. Então, cada cidadão mineiro precisa fazer sua parte e limpar os reservatórios passíveis de ter água parada, como pratos de plantas, calhas e ralos, para quando chegar a chuva não ter nenhum ovo ali próximo de eclodir”, alertou o secretário.
Do total anunciado, R$120 milhões são para custeio livre para que os municípios planejem as ações de acordo com cada território, sendo R$90 milhões pagos ainda em 2024 e os outros R$30 milhões nos primeiros meses de 2025.
Os recursos poderão ser utilizados ainda no enfrentamento às doenças transmissíveis agudas causadas por vírus respiratórios, que também são caracterizadas como emergência em saúde pública.
Outros R$28 milhões serão destinados para que os consórcios intermunicipais de saúde contratem serviços complementares de Ultra Baixo Volume (fumacê), estratégia de combate ao vetor das arboviroses.
Além disso, serão destinados R$15 milhões para a continuidade dos trabalhos dos drones, estratégia inovadora que pretende mapear locais com água parada. Também em situações em que o Agente de
Combate a Endemias tenha dificuldade de acesso o veículo aéreo não tripulado (Vant) poderá fazer uso do larvicida, eliminando focos do Aedes aegypti.
“Todos os municípios conseguem ter acesso aos drones que mapeiam e descobrem onde tem risco de água parada, acúmulo de lixo ou locais que podem ser criadouros do mosquito. E a descentralização do fumacê, com gestão pelos consórcios, vai dar mais agilidade para conseguirmos matar os mosquitos adultos”, ressaltou Baccheretti.