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Novo rosto brasileiro em Hollywood

22 de fevereiro de 2024

Ator Gabriel Leone vive Alfonso de Portago, um papel importante no filme de Michael Mann protagonizado por Adam Driver./ Foto: Divulgação.

CINEMA

Quando Gabriel Leone estava na Itália para as gravações de Ferrari, filme de Michael Mann que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 22, ele filmou cenas dirigindo no Autódromo de Ímola, um dos circuitos mais conhecidos do automobilismo mundial e também onde Ayrton Senna sofreu o acidente fatal em 1994.

Lá, caminhou pelo Parque Acque Minerali em direção à curva tamburello, em que o piloto bateu naquele 1º de maio e onde foi construída uma estátua de bronze em homenagem ao brasileiro. Era uma coincidência: caracterizado como seu personagem, o piloto Alfonso de Portago, ele visitava o local da morte de outro piloto, aquele que viria a interpretar cerca de um ano depois.

Leone descobriu que viveria Ayrton Senna na série ficcional que a Netflix lançará sobre o atleta quando já estava na cidade de Módena para gravar Ferrari, o seu primeiro filme internacional. Agora, com o longa chegando aos cinemas brasileiros e poucas semanas após concluir as gravações de Senna, ele lembra daquele momento em Ímola com certa nostalgia em conversa com os jornalistas.

Na entrevista, o ator fala sobre os dois trabalhos, o início da carreira internacional, as dificuldades de conciliar muitos projetos ao mesmo tempo e reflete sobre o mercado audiovisual brasileiro, que afirma não ter vontade de abandonar.

Leone chama de “uma grande coincidência” o fato de ter sido escalado para viver dois pilotos de Fórmula 1 em tão pouco tempo, mas afirma que as semelhanças entre os personagens param por aí.

Em Ferrari, ele vive De Portago, o filho de um marquês espanhol que tomou gosto por corridas e é contratado por Enzo Ferrari, o fundador da marca, para pilotar um de seus carros na Mille Miglia de 1957. O ator aprendeu a dirigir carros de corrida, fez aulas de dança para ganhar a postura de um aristocrata e atuou pela primeira vez em outro idioma.

Aos 30 anos, Leone já fez teatro, novela, série e cinema – seus créditos incluem Um Lugar ao Sol, Velho Chico, Verdades Secretas, o longa Eduardo e Mônica e o seriado Dom, para citar alguns. Agora, chega ao cinema internacional se inspirando em brasileiros que fizeram caminhos similares: Rodrigo Santoro, Wagner Moura e Alice Braga (a Mônica, do filme inspirado na música do Legião Urbana).

Agora, o artista diz que está vivendo um momento de “descompressão” depois de um dos períodos mais intensos de sua vida. Quando voltou de Módena, passou uma temporada em Cananéia, no litoral sul de São Paulo, onde rodou o filme Barba Ensopada de Sangue – adaptação do romance de Daniel Galera. Depois, voltou ao Rio de Janeiro, sua cidade natal, para gravar a última temporada de Dom, série que protagoniza no Prime Video.

Mal teve tempo de respirar e logo começaram as gravações de Senna, que passaram pelo Uruguai, Argentina e Irlanda do Norte antes de retornaram ao Brasil. “Quando eu vi a possibilidade de fazer esses quatro projetos, eu cheguei a duvidar de que daria certo em termos de agenda”, revela.