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Nova ponte em linha reta sobre o ribeirão Bocaina

Foto: Divulgação

ATAÍDE VILELA

 

A execução de obras na MG-050 vem se arrastando há mais de uma década em ritmo muito lento, a passo de tartaruga desde que foi feita a concessão pelo governo estadual. Em paradoxo a isto, a concessionária recebe diariamente e à vista a tarifa de pedágio dos usuários da rodovia, além de sua complementação pelo governo de Minas Gerais conforme está previsto no contrato de concessão. A concessionária da MG-050 por sua vez continua “empurrando com a barriga” o cronograma de execução das obras previstas e não se tem notícias de aplicações de multas e penalizações pela fiscalização por falta de cumprimento deste contrato.

Agora, além da morosidade e demora na realização das obras e intervenções previstas a serem feitas na travessia urbana de Passos, a APPIA (substituta da Nascentes das Gerais) quer nos empurrar a pior solução, a ser feita no trecho da MG-050 da ponte do ribeirão Bocaina até o frigorifico da JBS. O projeto original e que deveria ser executado – a duplicação total de todo trecho desde o aeroporto José Figueiredo até a JBS foi todo ele alterado para uma versão bem piorada. As obras e intervenções importantes que iriam sem dúvida alguma melhorar o traçado da MG-050 e a vida de seus usuários foram sendo suprimidas.  Assim, foi retirada do projeto a construção de uma nova e importante ponte em linha reta em substituição da ponte atual em curva no ribeirão Bocaina, conhecida como “ponte da morte” e o viaduto que daria acesso para cidade da saúde e do saber.

O projeto foi alterado para pior, levando-se em consideração apenas economia nos gastos da empresa concessionária, em prejuízo de seus usuários trazendo e mais riscos que causarão insegurança para seus usuários. Esta é a lógica destas mudanças no projeto da travessia urbana de nossa cidade.   Optaram por executar um projeto “meia boca” mais barato, com a manutenção da mesma ponte (pasmem!) e um trevo alongado em mesmo nível em frente ao restaurante e posto de combustíveis até a JBS, o que certamente contribuirá para mais acidentes e riscos para os usuários da rodovia.

Assim como foi feito nas travessias de Divinópolis, Itaúna, Piumhi, Itáu de Minas e São Sebastião do Paraiso onde foram feitas aquelas travessias com modernas e excelentes técnicas de construção, entendo que a de Passos não poderia ser diferente merecendo também a mesma atenção para propiciar mais segurança e atender bem os seus usuários. Nossa cidade e os usuários que por aqui passam merecem respeito! Acredito firmemente que este tipo de obra não estaria sendo executado   na MG-050 nas travessias urbanas de São Sebastião do Paraiso, Itáu de Minas, Piumhi, Divinópolis, Itaúna entre outras. Porque lá, os representantes políticos locais da ALEMG, da Câmara de Deputados, do Senado Federal fiscalizaram e acompanharam bem de perto a execução destas obras. Certamente que não concordariam com esse tipo de solução “porca e barata” que além de tudo irá trazer altos índices de riscos e acidentes para os usuários. Se este tipo de solução de trevo em mesmo nível fosse realmente uma boa solução, os projetos de travessias, trevos e cruzamentos das rodovias de São Paulo teriam sido construídos desta forma ao invés de viadutos modernos.

Em 2012, por coincidência como agora, já durante o período de campanha das eleições municipais, fui convidado como pré-candidato a participar e estive presente numa reunião com representantes da concessionária Nascentes das Gerais (hoje APPIA), DER-MG, engenheiros projetistas.  Foi feita a apresentação de um projeto semelhante para acesso à Passos pela Avenida Arlindo Figueiredo em mesmo nível para ser construído no trevo da MG-050. Como pré-candidato a prefeito repudiei de imediato aquele projeto, dizendo que se necessário, caso fosse eleito, embargaria a execução daquela obra. Assim, com este posicionamento e interferência de todos os representantes políticos de Passos e região conseguimos reverter e mudar aquele trevo de mesmo nível para viaduto naquele local, que finalmente foi construído e executado em Passos naquela época.

Agora, novamente a Seinfra, a APPIA, vem com a mesma estória, para testar a nossa paciência. Optaram por executar a pior solução, um projeto tipo “meia boca”, uma “gambiarra” no cruzamento em mesmo nível a ser adotada no trecho do ribeirão Bocaina até a JBS. A travessia urbana da cidade que tinha como projeto original a duplicação de todo o trecho do Aeroporto José Figueiredo até a JBS foi alterado para pior. Além da completa duplicação deste trecho da rodovia MG-050 conforme o projeto, estava prevista a construção de uma moderna ponte com pista dupla em linha reta ( e não em curva) como é a antiga e tão decantada “ponte da morte” sobre o ribeirão Bocaina e a necessária construção de um novo viaduto de acesso para a cidade da saúde e do saber.

Passos a exemplo do que ocorreu em 2012 exige mais respeito por parte da APIA, dos fiscais e responsáveis pela execução das obras da MG-050!  E que a exemplo das justas reivindicações de representantes políticos de São Sebastião do Paraiso, Itáu de Minas, Piumhi, Divinópolis, Itaúna, nossos digníssimos representantes na ALEMG, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal acordem do sono letárgico e exijam em nome dos usuários da MG-050 e do nosso povo que a concessionária APIA execute estas obras conforme as melhores e mais modernas técnicas de construção de rodovias ao invés de adotar projetos tipo “curva de rio”.

ATAÍDE VILELA, engenheiro civil, foi prefeito de Passos nas gestões 2005/2008 e 2013 a 2016.

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