‘Nós deixamos um legado muito grande’, diz Sérgio Reis

LEONARDO NATALINO

 

S. J. B. GLÓRIA – O cantor sertanejo Sérgio Reis esteve em São João Batista do Glória na noite da última sexta-feira, 12, onde realizou um show fechado. Até a última terça-feira, 9, Sérgio estava no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde passou por um procedimento no coração.

Em entrevista à Folha da Manhã, Sérgio revelou que essa foi a primeira vez dele em São João Batista do Glória, onde se apresentou em uma fazenda para poucos convidados.

“Esta é a minha primeira vez aqui. Estou muito feliz, muito mesmo. Já passei outras vezes na Serra da Canastra, mas faz muito tempo que eu não vinha”.

Com 84 anos de idade e 66 anos de carreira, o ex-deputado federal por São Paulo afirma que não tem preferências por grandes eventos e que o empenho nas apresentações deve ser grande para os diferentes tamanhos e tipos de público

“Se vier show grande, a gente faz. Se vier um show pequeno, a gente canta. O importante é agradar aqueles que gostam do nosso trabalho, independente da dimensão do evento. Se o pessoal vai no show é porque gosta. Então temos sempre que agradar”.

“De qualquer jeito [tamanho do show]. Eu tô no palco, eu morro de rir. Sempre recebi todos com sorriso no rosto e humildade”, completa o cantor.

Sobre as referências ao longo da carreira, Sérgio Reis revelou que desde cedo teve contato com a música sertaneja, e tinha Tonico e Tinoco como uma das duplas preferidas para acompanhar junto ao rádio, aos dez anos.

“Tenho 66 anos de carreira. Nós deixamos um legado muito grande. Muito sucesso, muita música. E sempre aqueles que estão cantando agora eram meninos que o avô, ou o pai, colocava para tocar [sertanejo] no carro. Acho que passa a ser uma cadeia”, afirmou o cantor.

Durante a longa carreira, Sérgio Reis teve pontos de grande destaque, como o lançamento de “Coração de Papel”, no início da jornada, a gravação de “Menino da Gaita” e “Menino da Porteira”, e a entrada no mundo da atuação. Questionado sobre o momento em que percebeu o sucesso na carreira, o paulista respondeu:

“Não, não [teve um momento específico]. Sempre deu certo. Eu nunca desisti. Você não deve abandonar aquilo que você gosta e almeja. Nunca abandone. Senão, será uma derrota para você. Dando certo ou não, quem gosta de cantar gosta de cantar. Se tiver dois ouvindo, já é sucesso”.

Ainda sobre referências no sertanejo e sobre futuros artistas desse gênero musical, Sérgio acredita que, mesmo sem os holofotes de antigamente, ainda existem grandes talentos no meio.

“Tem muitos que são referência, né? Você pega um Leonardo, por exemplo, ele chora cantando. É bom. Tem artista que vale a pena ouvir. Tem uns que cantam muito ardido, não dá para ouvir em uma viagem inteira o disco completo”, explicou.

Os 66 anos de jornada na música geraram diversos ensinamentos e experiências para Sérgio Reis, mas o cantor destacou o que, para ele, é o mais valioso: a amizade.

“Sou muito feliz, a minha carreira é muito boa, e no final a gente vai fazendo amizades, amizades e amizades, e é o que vale na profissão. Eu não ando com segurança. Não nego dar um autógrafo, um abraço, fazer um carinho em qualquer pessoa que vier a mim.  Eu tenho sorriso no rosto”, disse.

Cirurgia

Na semana passada, Sérgio Reis foi submetido a um cateterismo e cancelou alguns dias da agenda de shows, entre eles uma apresentação em São José da Barra.

“Foi constatado um problema em um stent, razão pela qual, haverá a necessidade da realização de um cateterismo para solucionar o problema. Por este motivo, o cantor deverá ficar em repouso absoluto por cinco dias”, dizia o comunicado publicado pela assessoria de Sérgio Reis nas redes sociais.

No sábado, 6, o artista chegou a gravar um vídeo e publicá-lo nos stories para tranquilizar os fãs. “Oi, gente, saí da mesa cirúrgica agora. Coloquei dois stents [cardíacos], quatro bombas e 18 copos de pinga, dois balões. Já estou bom. Graças a Deus correu tudo bem. Vão ter que me aguentar cantando e muito ainda. Obrigada pelas orações, valeu!”, disse o cantor.