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No Roxy, Duna – Parte 2 para tirar o fôlego

Protagonizado por Zendaya Coleman e Timothee Chalamet, a produção conta com novos nomes no elenco./ Foto: Divulgação.

CINEMA

Quase dois anos e meio atrás, a primeira parte de Duna acabava com Chani (Zendaya) dizendo: “Esse é um novo começo”, para desespero dos cinéfilos ansiosos que não se conformavam com o final do filme de Denis Villeneuve não ser exatamente um final. Duna: Parte 2 começa exatamente aí, com Paul Atreides (Timothée Chalamet) e sua mãe, Jessica (Rebecca Ferguson), no deserto, depois que um ataque do Barão Harkonnen (Stellan Skarsgård) dizimou sua família.

Passado num planeta e num futuro muito, muito, muito distante, o longa é uma história de som, fúria e muita areia sobre a jornada de um jovem nobre que deverá ascender à posição de messias. Atreides e sua mãe são resgatados pelos Fremen, um povo adaptado a viver com escassez de água, e olhos azuis brilhantes, efeito da especiaria, que aliás é o grande elemento do filme. Tudo gira em torno dessa iguaria capaz tanto de servir de combustível para naves, como para alucinações e visões se ingerida. Ah, e ela também vicia, daí os olhos brilhantemente azuis.

O romance original, de Frank Herbert, publicado em 1966, se tornou icônico, revolucionou e influenciou o gênero desde então. O chileno, Alejandro Jodorowsky, tentou fazer um filme no final dos anos de 1970, mas não pode. Na década seguinte, David Lynch fez sua adaptação, e se tornou, para ele mesmo, o pior filme de sua carreira. E, realmente, bom não é. Confuso e cafona, o longa não faz o menor sentido.

Escrevendo o roteiro com Jon Spaihts, Villeneuve consegue encontrar o equilíbrio entre explicações e narrativa. É preciso que certas histórias e eventos sejam explicados para que a trama possa ser acompanhada, mas o filme nunca para sua história para que isso aconteça. É preciso explicar aos leigos a complexidade da criação de Herbert que resultou em seis romances.

Toda a ação que o primeiro filme armou, aqui se concretiza em batalhas, lutas e disputas. Duna: Parte 2 entra na complexidade política do planeta Arrakis e as casas que disputam o poder e a especiaria. As tramas políticas são construídas no nível pessoal das personagens, como quando Paul assume um novo sobrenome, Muad’Dib, ou Jessica se tornando uma nova Reverenda Madre, função executada por Charlotte Rampling no primeiro filme, e que, novamente, está aqui.

Se, por um lado, Villeneuve encontra um tom acertado para os dilemas morais, éticos e tramas políticas, as cenas de ação nem sempre parecem tão bem resolvidas. Não são exatamente ruins, mas parecem orquestradas, coreografadas demais em certo sentido. Tudo é muito arrumadinho, e mesmo num planeta onde existe apenas areia, as personagens parecem estar muito limpinhas. E há ainda os vermes gigantescos do deserto – esses, sim, um show à parte, que mereciam seus próprios filmes, aliás.

DUNA – PARTE 2 (Dune – Part two) EUA/Canadá, 2024. Gênero: Ficção científica. Direção: Denis Villeneuve. Elenco: Timothée Chalamet , Zendaya , Florence Pugh , Rebecca Ferguson. Cine Roxy, 20h30. Cine A, em Paraíso, 21h15.

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