BELO HORIZONTE – As microempresas e empresas de pequeno porte (MPEs) mineiras representaram 61,1% do total de novos empregos gerados no estado em fevereiro. Das 52.603 novas vagas, 32.129 foram geradas pelas MPEs, segundo informações do Sebrae Minas.
As médias e grandes (MGE) registraram saldo positivo de 18.557 vagas no segundo mês deste ano em Minas e responderam por 35,3% do total.
Cinco dos seis setores avaliados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) no estado contaram com bons resultados em novas contratações, com destaque para Serviços (16.564), Indústria da Transformação (7.389) e a Agropecuária (6.434).
O setor de Comércio apresentou saldo negativo (-1.047), influenciado, especialmente, pelo desempenho dos segmentos de Vestuário (-2.123) e Calçados (-466), refletindo ainda questões sazonais, como o encerramento de postos temporários
Minas conta, atualmente, com um estoque de 4.857.770 empregos formais, sendo que 56,1% estão concentrados em MPE (2.725.800). O salário médio de admissão foi de R$ 2.068,59, valor R$ 70,94 abaixo do salário médio de demissão (R$ 2.139,53).
Expectativas
O mercado de trabalho formal em Minas manteve o dinamismo em fevereiro de 2025, reforçando o bom desempenho na geração de emprego e renda, sem dar sinais de desaceleração relevante da economia até o momento.
Para além das informações do Caged, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo IBGE na semana passada, destacaram que, apesar da recente alta na taxa de desocupação no Brasil, que atingiu 6,8% no trimestre móvel encerrado em fevereiro (alta de 0,7 ponto percentual frente ao trimestre anterior), o cenário do emprego no país ainda é positivo.
Em Minas, a taxa de desemprego chegou ao patamar de 4,3% no quarto trimestre de 2024, o menor índice desde o início da pesquisa, iniciada em 2012. A taxa ficou abaixo da média nacional, que registrou 6,2% no mesmo período e é o sétimo melhor do país.
O fortalecimento dos indicadores de emprego é visto como um fator que impulsiona o consumo, o que tende a estimular o Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, essa sequência de resultados positivos traz efeitos colaterais, como a pressão inflacionária.
“A expansão econômica observada nos últimos anos favoreceu o mercado de trabalho, com a transição de trabalhadores para empregos melhores, promovendo ganhos salariais para novos contratados. A política de valorização do salário mínimo e o avanço no perfil educacional dos trabalhadores também contribuíram para o crescimento dos rendimentos. Contudo, para 2025 ainda se projeta uma desaceleração no crescimento do rendimento real, em razão dos desafios associados à baixa produtividade e à inflação acima da meta. Essa perspectiva é reforçada pela evolução dos índices de confiança dos empresários, que continuam apontando para uma desaceleração nos próximos meses. Do lado dos consumidores, o pessimismo também persiste, refletindo o desconforto provocado pela inflação dos alimentos e pelos juros elevados, que têm comprometido a situação financeira das famílias”, afirma a analista do Sebrae Minas Bárbara Castro.