25 de julho de 2023
Foto: Reprodução.
Luciene Garcia
CÁSSIA – O Ministério Público apura denúncias de supostas irregularidades que teriam ocorrido na aplicação da prova para escolha de membros do Conselho Tutelar em Cássia. Dois candidatos que fizeram o exame acionaram o MP. Segundo eles, entre as supostas irregularidades, estaria a falta de gabarito e que as provas não estavam em envelopes lacrados.
A prova foi realizado na Fundação Ana de Melo Azevedo, às 20h do último dia 14, e a apuração no MP corre sob segredo de Justiça. De acordo com os denunciantes, a prova teria sido aplicada pelo presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Atílio Oliveira Vitorelli, e foi feita por 16 candidatos.
Segundo a denúncia encaminhada ao MP, além da suposta falta de gabarito e de envelopes lacrados, as provas teriam sido identificadas com a assinatura dos candidatos, que tinham que marcar as respostas no próprio caderno de prova.
Eles também alegam que não tinha como saber se os cadernos de provas não estariam preenchidos para beneficiar alguém e que o exame não foi feito por banca especializada. Os denunciantes também afirmam que, ao sair da sala de prova, teriam ouvido de duas conselheiras que a prova deste ano foi quase igual à aplicada no processo da última escolha de conselheiros no município e que de cinco conselheiras que atuam hoje no Conselho Tutelar de Cássia, quatro teriam se classificado no exame deste mês.
Ainda segundo os denunciantes, o presidente do CMDCA teria liberado o gabarito às 21h10, no mesmo dia de aplicação das provas, e teria divulgado uma lista de classificados, às 7h25, do dia seguinte, 15, antes de terminar o prazo para recursos.
Eles também alegam que não sabem as qualificações de possíveis testemunhas, mas que a lista de inscritos já teria sido publicada. Os denunciantes também apontam que a prova de informática também teria sido aplicada pelo presidente do CMDCA e que ele não teria formação técnica no assunto.
Procurado pela Folha, Vitorelli disse que não foi informado sobre as denúncias. “Não tive conhecimento, só depois que o MPE me citar é que saberei e farei a minha defesa”, afirma.
Segundo os denunciantes, o caso também foi encaminhado para a Controladoria Geral da União (CGU) e para o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conaanda). Segundo o MP, a apuração corre sob segredo de Justiça.