PASSOS – O presidente do Moto Clube Esquadrão MG, Omitamar “Ganso” e o diretor e sócio-fundador do clube, Francisco Baltazar, o “Chiquinho”, confirmaram nesta segunda-feira, 22, o cancelamento da 14ª Edição do Passos Motorcycles, por falta de apoio da administração municipal.
Segundo Ganso, a manifestação do desinteresse da Prefeitura de Passos pegou todos de surpresa. “Ficamos surpresos ao receber um ofício da prefeitura, que diz que o evento não vislumbra interesse público recíproco direto, como fomento do turismo e economia e cultura. Sinceramente acreditamos que alguma coisa dentro da prefeitura desviou-se para enviarem essa correspondência para nós. Não tem cabimento, dada a história do evento, as entidades beneficiadas, o dinheiro que circula na cidade e motociclistas do Brasil inteiro e de fora do país que vem para Passos”, afirmou.
Segundo o presidente, o evento movimenta a cidade como um todo e todos os setores são afetados de forma positiva com a realização do Passos Motorcycles.
Para Chiquinho, o tamanho do evento propiciava repercussão com o nome da cidade. “Hoje somos somente menores que os eventos de Brasília e Barretos. Mesmo assim, devemos frisar que não somos o maior do Brasil pela falta de espaço, o nosso Parque de Eventos, é muito bem estruturado, diga-se de passagem, mas não permite que recebamos mais do que 11.000 motos durante os dias”, disse.
Questionados sobre o fato de que um evento que cobra bilheteria não deveria ter um aporte do poder público, os dois foram enfáticos em lembrar que o custo total do evento gira em torno de R$ 1,8 milhão, recursos que retornar para a cidade, pois contrata fornecedores da cidade, como a mão de obra, estrutura, publicidade, hotéis, pessoas que se retiram de casa para alugá-las e geração de empregos temporários.
“A economia como um todo é movimentada e se a prefeitura apoia com os R$ 400 mil, recurso esse de uma emenda no orçamento feita pelos vereadores Plínio Andrade e Alex Bueno, e aprovada por todos da Câmara, ainda assim, os outros R$ 1,4 milhão deve ser buscados para que, como em todas as edições, ninguém trabalhe e fique sem receber”, afirmam os dirigentes.
Segundo os dirigentes, o evento ainda realiza um trabalho social com a arrecadação de alimentos e destinados as entidades da cidade. “Arrecadamos alimentos para entidades, doamos duas motos 0 km para o Hospital do Câncer, já rifamos uma moto 0 km onde toda renda foi revertida a entidades de Passos. Todo o Guarda Volume do evento tem a renda destinada a entidade Sagrada Família e isso tudo para a cidade que amamos. Queremos realizar nosso evento, mas colocamos milhões de reais circulando em Passos e geramos outros tantos em impostos, nada mais justo do que ter o apoio da prefeitura”, ressaltaram.
Segundo eles, não pensam em mudar o evento para cidades vizinhas mesmo já recebendo propostas. “O evento é de Passos e sempre será realizado aqui”, enfatizou Ganso.
Para eles, ainda que a prefeitura venha a rever a decisão, esse ano de 2023 não terá o evento por conta do curto tempo de preparo. “Esperamos que no ano que vem a prefeitura possa ser mais ágil e refletir sobre os mais de R$ 20 milhões que a economia do município perdeu neste ano”.