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Moradores reclamam de falta de água em Paraíso após rompimento de adutora

26 de fevereiro de 2025

Rua foi tomada por água e lama no Jardim Maria Lúcia no centro de Paraíso / Foto: Divulgação

S. S. PARAÍSO – O rompimento de uma adutora de água da Copasa na região central de São Sebastião do Paraíso deixou a cidade desabastecida durante o fim de semana. Na maioria dos bairros, o abastecimento só foi normalizado no começo da noite de domingo.

O assunto ganhou repercussão na Câmara, onde não faltaram críticas à situação e resultou numa denúncia ao Ministério Público, para que providências sejam tomadas junto à empresa.

Na tarde de sexta-feira a população começou a reclamar da falta de água. A concessionária emitiu um comunicado informando sobre a realização de manobras para manutenção no sistema. O que ninguém imaginava é que o problema de sexta fosse se estender por todo o fim de semana.

Na madrugada de sábado, 22, moradores da região do Jardim Maria Lúcia foram surpreendidos pelo barulho da água que escorria pelas ruas do bairro até o amanhecer do dia. A situação ficou pior quando uma máquina retroescavadeira utilizada nas obras de manutenção caiu dentro de um buraco.

Com o intenso volume de água, formou-se enxurrada, parte do calçamento foi levado e surgiram buracos próximo à calçada, colocando em risco a estrutura de algumas casas. Além do fechamento do trânsito, que obrigou os motoristas a utilizarem desvios. A rua Antônio Borges foi tomada pela águaa e pela lama.

Inácia Del Monte, moradora do local, teve a garagem da casa invadida pela enxurrada e lama. “Infelizmente não sabemos o que fazer para limpar, pois, nem temos água”, protestou.

Os trabalhos de reparo na adutora terminaram no fim da tarde de sábado e a promessa da Copasa, anunciada em nota oficial era de que, com a rede religada, o abastecimento seria retomado gradativamente durante a noite.

No entanto, também no domingo a população de parte do centro e principalmente da parte baixa da cidade ficou sem água. A situação somente começou a se normalizar no começo da noite de domingo, 23. Na manhã de segunda-feira ainda havia moradores de bairro como Diamantina reclamando sobre a falta de água.

Repercussão

O assunto também teve repercussão na sessão da Câmara. A vereadora Maria Aparecida Cerize Ramos ponderou que “todas as medidas foram tomadas pela Copasa”, mas reconheceu o transtorno causado à população, que ficou em grande parte da cidade cerca de 48 horas desabastecida.

Os vereadores Biju e Marcos Vitorino foram mais críticos à empresa, classificando a gestão como desrespeitosa com a população. Biju afirmou que “a Copasa precisa de investimentos estruturais e um novo reservatório para evitar colapsos constantes no abastecimento”.

Marcos Vitorino disse que “uma empresa que arrecada tanto não pode deixar a cidade sem água porque precisa buscar uma peça em Divinópolis”, aponta. Para pressionar a empresa, os vereadores aprovaram o envio de um ofício solicitando informações detalhadas sobre a arrecadação da Copasa no município e o planejamento de investimentos.

Já o advogado e ex-vereador Sérgio Aparecido Gomes anunciou que tomou um posicionamento diferente do que apenas os pronunciamentos feitos na Câmara. “Tarefa cumprida. Apresentei denúncia que foi protocolada junto ao Ministério Público para que, como fiscal da lei e autoridade competente, que se tomem providências necessárias para que a nossa comunidade não seja mais prejudicada”, afirma.

Ele afirmou estar indignado em relação a mais este episódio em que a população sofreu no fim de semana. “A comunidade precisa ser reparada pelos danos individuais e coletivos. O problema afetou não só as residências, mas vários comércios também foram penalizados”, observa. O advogado espera que a empresa seja chamada a responder pelo ocorrido.