BELO HORIZONTE – O vice-governador Professor Mateus e o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas, Leônidas Oliveira, se reuniram nesta sexta-feira, 3, e Paris, capital da França, na Representação do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Segundo informações do governo de Minas, o objetivo é fortalecer a candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Eles foram recebidos pela embaixadora Paula Alves de Souza, delegada permanente junto à Unesco, pelo conselheiro no setor de ciências Sérgio Benevides, e pelo conselheiro do setor de cultura Bruno Miranda Zétola. Durante a reunião, a embaixadora e o conselheiro do setor de cultura disseram acreditar em um parecer positivo da Unesco.
O reconhecimento dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco é uma importante ação de valorização e promoção do “saber-fazer” mineiro. A campanha visa preservar conhecimentos e técnicas na produção de queijo desenvolvidas ao longo dos últimos três séculos por pequenos produtores rurais de Minas Gerais.
“A candidatura está muito bem encaminhada: foram dois anos de trabalho para chegar a este ponto. O registro vai nos dar condição de apresentar para o mundo inteiro o queijo Minas mais do que simplesmente um produto, mas como algo da cultura mineira e brasileira”, destacou o vice-governador, Professor Mateus, após a reunião.
“O ano de 2024 será muito especial para Minas Gerais no caso desse possível reconhecimento dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Se confirmado, este será o primeiro produto da cultura alimentar do Brasil a ter o título. Ganha nossa cultura e, sobretudo, ganha o turismo potencializando a economia da criatividade”, completou o secretário Leônidas Oliveira. Já são reconhecidos pela Unesco, por exemplo, o frevo e a roda de capoeira.
“Temos a sinalização do secretariado de que o processo está completo e todos os documentos estão alinhados com aquilo que pede a convenção e agora esse dossiê segue para um órgão externo de avaliação composto por 12 membros de todas as regiões do mundo que dirão se esse elemento tem o valor excepcional para ser inscrito”, explicou o conselheiro do setor de cultura Bruno Miranda Zétola.
O anúncio pela Unesco está previsto para ocorrer entre novembro e dezembro de 2024. Com a garantia do título, as regiões produtoras devem se tornar ainda mais destinos culturais e turísticos do público mineiro, assim como de outros estados e outros países, garantindo desenvolvimento econômico e sociocultural. Isso porque, caso o título seja confirmado pela organização, a estimativa é a de que a cozinha mineira e a cultura brasileira ganharão ainda mais evidência mundial, e a economia e o turismo do estado serão potencializados.
Atualmente, são dez os territórios reconhecidos: Entre Serras da Piedade e Caraça, Araxá, Campos das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Serra do Salitre, Serro, Triângulo Mineiro e Serras da Ibitipoca.
De 2019 até 2023, o Governo de Minas, por meio da Seapa e suas vinculadas, reconheceu dois tipos de queijos (Casca florida e Queijo Cozido) e elaborou dois Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade (Mantiqueira de Minas e Alagoa).
Produção em Minas
Segundo levantamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), são 8.811 estabelecimentos destinados à produção dos diversos tipos de queijos artesanais no estado.
Neste grupo, o destaque é o Queijo Minas Artesanal. São 3.103 agroindústrias em Minas Gerais. A produção estimada é de 21,8 mil toneladas por ano, o que representa 65,2% da produção dos queijos artesanais das agroindústrias familiares.