16 de janeiro de 2025
SEGUNDO DADOS DO CAGED, AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS MINEIRAS CRIARAM 142.653 NOVAS VAGAS DE EMPREGO ENTRE JANEIRO E NOVEMBRO DO ANO PASSADO EM MINAS / Foto: Reprodução
BELO HORIZONTE – As micro e pequenas empresas (MPE) foram responsáveis por 68,7% dos 207.494 novos postos de trabalho criados entre janeiro e novembro do ano passado em Minas.
No penúltimo mês de 2024, as MPE geraram 2.054 novas vagas, resultantes de 125.600 admissões e 123.546 desligamentos registrados no período. Entre janeiro e novembro foram 142.653, o que corresponde a quase 69% do total de empregos gerados no estado. O levantamento foi realizado pelo Sebrae Minas, a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O setor de Comércio registrou maior saldo positivo em novembro, com a criação de 5.777 novas vagas. O desempenho foi impulsionado, principalmente, pelas atividades de “comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios”, que geraram 1.392 postos, e “Supermercados e hipermercados”, responsáveis por 1.040 novos empregos. O bom resultado do setor pode ser atribuído às contratações temporárias típicas do final de ano – vendas da Black Friday e Natal.
As MPE do setor de Serviços também apresentaram saldo positivo, com a abertura de 3.060 novos postos de trabalho. As principais atividades responsáveis por esse crescimento foram “Serviços combinados de escritório e apoio administrativo”, com 947 vagas criadas, seguidos por “Restaurantes e similares” (360) e “Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades de urgência” (317). Esse movimento pode ser explicado pelo aumento das atividades no comércio e no turismo, que se intensificam no final do ano.
Já o setor de Construção Civil teve saldo negativo, com o fechamento de 3.724 vagas. Esse resultado pode ser explicado pela conclusão de obras; o encerramento de contratos, pois uma parcela da força de trabalho da construção é composta por contratos temporário ou sazonais; a redução no ritmo de novos projetos, reflexo do arrefecimento de investimentos em obras públicas e privadas no final do ano; e o cenário econômico, marcado por juros elevados e crédito mais alto.
Outro setor impactado foi o Agropecuário, com saldo negativo de 2.808 postos. Esse resultado pode ser explicado, em parte, pela redução nas contratações temporárias, já que, de acordo com a Embrapa, novembro não é um mês típico de colheita em diversas culturas agrícolas.
Adicionalmente, o setor pode estar sofrendo os efeitos de condições climáticas adversas e da volatilidade nos preços das commodities agrícolas, o que tende a impactar a rentabilidade dos pequenos produtores e, consequentemente, as decisões de contratação.
Expectativa
“O mercado de trabalho manteve um saldo positivo de geração de empregos ao longo de 2024, mas vem apresentando sinais de desaceleração. O ambiente macroeconômico mais desafiador para 2025 tende a criar novas pressões sobre o ritmo de contratações, uma vez que as incertezas econômicas, especialmente quanto ao cenário fiscal e à política monetária, influenciam diretamente o comportamento dos empresários. Com juros elevados e um consumo mais contido, as decisões de contratação são mais cautelosas. O cenário do mercado de trabalho para este ano é de moderação no ritmo de contratações e crescimento mais lento da ocupação, assim como as decisões de investimento e de contratação”, explica a analista do Sebrae Minas Bárbara Castro.
No acumulado do ano, as MPE da região Central responderam por 53.460 novas vagas de emprego no estado, seguidas dos pequenos negócios do Triângulo Mineiro (16.232) e do Sul de Minas (16.093).
Durante o mês de novembro, os pequenos negócios da região Central também lideraram, com 1.158 mil novos postos de trabalho em Minas, seguidos das MPE do Jequitinhonha e Mucuri (765) e do Norte (596).