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Meteofashion

15 de julho de 2023

A moda de Anne Fernandes./ Foto: Divulgação.

BLOCO DE MODA –  Wagner Penna

Embora o frio intenso neste ano, alguns lojistas reclamam que estão com estoque de roupas alto em suas prateleiras – algo que indica vendas abaixo do esperado. Talvez por causa disso, muitos deles já promovem queima de produtos – algo (aparentemente) fora de época.

Dito isso, é importante ressaltar que a polêmica sobre ‘adiantar’ as liquidações sempre existiu, porque ela acontece na mesma proporção de desespero do varejo fashion em se desfazer (diga-se, vender) das peças antes que o frio vá embora.

Os reflexos disso alcançam os lançamentos da estação seguinte (no caso, o verão), pois as marcas que trabalham com a pronta-entrega no atacado também aceleram seus lançamentos. Nesse efeito cascata, todo mundo acaba perdendo, pois há uma queda de valor do produto em cada uma dessas etapas.

É preciso a turma da moda se organizar para acertar o passo. A saber: marcar lançamentos no atacado obedecendo o tempo brasileiro e não o calendário europeu, retardar a temporada de lançamentos do varejo ao máximo e dinamizar as chamadas coleções cápsulas (que atendem a chamada meia-estação). E muito mais.

VAIVÉM

O início de lançamento de verão 2024 da pronta-entrega no atacado (isto é, das marcas para os lojistas) começou em Beagá e promete se agitar. Essa primeira onda de lançamentos, também conhecida como preview (ou prévia) é um teste sobre as tendências. Na semana que passou, as vendas maiores apostaram no estilo inspirado nos anos 70, com babados, vestidos longos e soltos, rendas aplicadas e por aí. Os tons rosáceos (do bombom ao rosa) chegam forte. Barbie, o filme, agradece!

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Quem conhece o mecanismo de lucros da moda, sabe que as grandes marcas sempre ganharam mais com acessórios (bolsas, lenços, perfumes & outros) do que propriamente com roupas. Pois, agora, o assunto foi mais longe e as marcas estão começando a lucrar mais, muito mais com o estilo de vida que oferecem: cafeterias, restaurantes, móveis, hotéis, resort – tudo com sua assinatura. Uma delas, conseguiu faturamento em torno de U$ 1 bilhão de dólares com essa estratégia.

PONTO FINAL

O recente encontro chamado “Cúpula Global da Moda”, visando estabelecer programas e metas para produção da moda sustentável em nível mundial, chegou a conclusões interessantes. A saber: há muitas iniciativas teóricas, mas é preciso mais ação. No mínimo, é preciso tentar seguir as normas que a ONU estabeleceu para o assunto até 2030. Mas a conclusão mais impactante é que as vendas de moda sustentável avançam muito lentamente, pois é bem mais cara. Sem comentários.