Entretenimento Literatura

Melhor livro do mundo é brasileiro

16 de abril de 2024

Exemplar de 'Dia de Lua' foi exposto com outras publicações indicadas aos prêmios da Feira do Livro Infantil de Bolonha / Foto: Reprodução

“Ainda era dia quando a lua apareceu. Como não precisava iluminar o dia, foi à praia descansar um pouco”, narra o início do livro Dia de Lua. Na sequência, a obra mostra o satélite natural em diversas situações ao longo do dia, sem ser notada, até que há uma reviravolta final.

 

A publicação brasileira recebeu o prêmio de melhor livro para bebês, que estreou como uma categoria (”Toddler”) do BolognaRagazzi Awards neste ano, promovido pela 61ª Feira do Livro Infantil de Bolonha, a maior do setor. Ao todo, foram 3.355 títulos inscritos por editoras de 65 países e em diversas categorias.

 

A obra é assinada por Renato Moriconi, autor de cerca de 90 livros, e integra a coleção Literatura de Colo, da Jujuba Editora, de São Paulo — que tem 18 títulos voltados especialmente a esse público e foi indicada a melhor editora da América Latina e Caribe na feira do ano passado.

 

Voltado a publicações desenvolvidas para crianças de 1 a 3 anos, o prêmio de melhor livro para bebês foi entregue durante a feira italiana, realizada entre os dias 8 e 11, na Itália. O troféu foi recebido com muita comemoração pela editora e fundadora da Jujuba, Daniela Padilha, e por Moriconi.

 

Na justificativa, o júri do prêmio destacou o cuidado com cada detalhe gráfico, como a capa sem título, os cantos arredondados e a paleta de três cores (azul, branco e preto). Entre os pontos ressaltados, também estavam a criatividade e a mistura de elementos.

 

Além disso, o júri elogiou a proposta de narrar o dia da lua, a qual exerce funções diferentes para além de iluminar o céu, transformando-se em rede, guarda-chuva, chifre de rinoceronte e outros. “A pureza do design gráfico do livro cativa os leitores nesta jornada diurna/lunar magistralmente executada”, conclui a justificativa oficial.

 

Dia de Lua é um livro voltado para os bebês e aqueles com quem compartilham essa experiência, como os pais e cuidadores. Embora tenha esse público prioritário, igualmente se propõe às demais faixas etárias.

 

“Tem características que dialogam com o leitor bebê e o adulto de referência, que está lendo com o bebê. E você só consegue essa relação com o livro se surpreender esses dois públicos”, explica a editora, Daniela Padilha. Para ela, a obra já começa com uma provocação, uma quebra de expectativa, por não ter o título exposto na capa frontal, mas apenas na lombada.

 

Ao longo das páginas, as ilustrações mostram a lua em diferentes situações ao longo do dia, desde o chifre de um rinoceronte até a base de um vaso de flores. Em frases curtas e imagens, narra experiências um tanto poéticas e um certo incômodo do satélite natural com a pouca atenção, até que toma uma decisão final.

 

Por ser voltado prioritariamente à primeiríssima infância, o livro é de capa dura, com pontas arredondadas e páginas de maior gramatura. Essa proposta permite um melhor manuseio pelo leitor iniciante, ao mesmo tempo que aumenta a durabilidade no caso de puxões mais bruscos, contato com a boca e outras situações esperadas nessa faixa etária.