Meio Ambiente

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25 de maio de 2023

Aquecimento global e El Niño

A combinação entre as mudanças climáticas produzidas pelos humanos e o fenômeno El Niño torna provável que as temperaturas mundiais alcancem níveis sem precedentes nos próximos anos, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 17, pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Os especialistas da entidade ligada às Nações Unidas (ONU) preveem que a temperatura média anual próxima à superfície terrestre poderia se elevar, de forma transitória, em mais de 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais entre 2023 e 2027.

Probabilidades

Segundo os cálculos usados, existe 66% de probabilidade de que nesse período o nível de 1,5 ºC se rompa durante ao menos um ano. Além disso, há 98% de chance de que ao menos um dos próximos cinco anos, assim como o período como um todo, sejam os mais quentes já registrados. “Isto não significa que vamos superar de forma permanente o nível de 1,5 ºC previsto pelo Acordo de Paris, que se refere ao aquecimento a longo prazo. Mesmo assim, a OMM alerta sobre o risco de superarmos esse nível de forma transitória e de forma cada vez mais frequente”, afirmou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

Repercussões na saúde

O especialista finlandês alertou que esse aumento das temperaturas a curto prazo “terá repercussões na saúde das pessoas, na segurança alimentar, na gestão das águas e no meio ambiente”, e pediu para “estarmos preparados”. Ainda que o aumento das temperaturas seja generalizado e afete todos os continentes, a OMM, um organismo da Organização das Nações Unidas (ONU), prevê que este aumento será maior em torno do Ártico.

Anomalias

No extremo norte da Terra, a anomalia térmica poderá causar um aumento três vezes maior nas temperaturas do que no resto do mundo. Em geral, o planeta poderá ter que suportar, em alguns momentos muito particulares, temperaturas até 1,8 ºC mais elevadas do que a média do período 1850-1900, utilizado como referência porque é anterior a emissão de gases de efeito estufa procedentes da atividade humana e industrial.

Ano mais quente

O ano mais quente desde que tem registro foi 2016, quando se produziu um fenômeno El Niño muito intenso, mas as previsões da OMM indicam que é muito provável que esse nível seja ultrapassado antes de 2027. Por outro lado, a OMM prevê que as chuvas podem ser mais intensas na região africana do Sael, no norte da Europa, no Alasca e no norte da Sibéria. São previstas condições mais secas em algumas partes da Amazônia, América Central, Indonésia e Austrália.