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MEIO AMBIENTE

Foto: Reprodução

Decretos por queimadas disparam

A quantidade de municípios que decretaram situação de emergência em função do avanço das queimadas florestais saltou durante agosto no País. Foram 118 decretos dessa natureza desde o início do mês, 51 deles no Estado de São Paulo, que viu o fogo avançar com grande intensidade a partir do fim da semana passada. As ocorrências vêm se avolumando também na Amazônia e no Pantanal nos últimos meses.

Balanço

O balanço foi feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com base em dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). Além de São Paulo, aparecem em destaque no levantamento os Estados do Mato Grosso (35 decretos), e Acre (22). Na noite desta terça-feira, 27, o Pará decretou emergência pela mesma razão. O decreto de emergência autoriza ao poder público local, por exemplo, a dispensa de licitação para contratações, o que pode ser necessário em situações de desastre climático. Segundo especialistas, eventos extremos ficarão mais graves e frequentes nos próximos anos por causa do aquecimento global.

Afetadas

Nesse contexto, já são mais de 4,4 milhões de pessoas afetadas de janeiro até agosto, sendo que desse total, 4 milhões foram afetadas apenas em agosto, destaca a entidade. “Os impactos ambientais são incalculáveis e se traduzem na perda da biodiversidade do País. Já os danos e prejuízos ainda estão sendo mensurados pelos gestores municipais, mas fato é que os incêndios florestais impactam diretamente o sistema municipal de saúde com sobrecarga de atendimentos, bem como prejudicam o abastecimento de água potável, suspensão de aulas e outros impactos.”

Prejuízo

A CNM estima prejuízo que supera os R$ 37 milhões, entre efeitos sobre a agropecuária e gastos com assistência médica emergencial. As cifras, no entanto, podem ser bem mais elevadas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta semana que é difícil estimar os prejuízos neste momento, mas que seguramente vão passar de R$ 1 bilhão. Foram contabilizados até terça-feira, 28, 44.600 hectares de área queimada, resultando na destruição de muitas instalações, perda de animais e lavouras. O governador lamentou especialmente o impacto sobre os produtores de cana-de-açúcar, ressaltando a importância dessa cultura para a balança comercial de São Paulo.

Focos

O número de focos de incêndio registrados em agosto no Estado de São Paulo foi o maior para qualquer mês nas cidades paulistas desde 1998, quando os registros começaram a ser computados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Até o dia 23, quando o número de focos disparou, haviam sido registradas 3.175 ocorrências, o que é quase o dobro do que foi registrado ao longo dos 12 meses do ano passado no Estado (1.666).

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