11 de julho de 2024
Foto: Reprodução
Amazônia tem recorde de queimadas
Não foram apenas o Pantanal e o Cerrado que registraram números expressivos e históricos de queimadas no primeiro semestre de 2024, mas o maior bioma brasileiro, a Amazônia, também atingiu um patamar elevado nesse quesito. É o que apontam os dados registrados pelo Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe).
De acordo com o Inpe, a Amazônia teve 13.489 focos de incêndio entre janeiro e junho deste ano. O número é 61,7% maior que o registrado no ano passado, quando o bioma teve 8.344 focos, e o pior em 20 anos. A quantidade é a terceira maior da série histórica, iniciada pelo instituto em 1998. Apenas 2003, com 17.143 pontos de incêndio, e 2004, com 17.340, tiveram números maiores.
Pantanal
Considerando toda a série do Inpe, o ano de 2024 teve recorde histórico do número de focos de incêndio detectados no Pantanal, com 3.538 pontos de queimadas registrados entre 1° de janeiro e 30 de junho. Na comparação com o ano passado, quando a quantidade foi de 167 focos, o número subiu 2.018% No Cerrado, entre 1° de janeiro e esta segunda-feira (8), foram registrados 14.583 focos de incêndio, o maior número entre todos os biomas brasileiros durante esse período. O resultado é o pior desde 2010, quanto foram detectados 15.118 focos.
Recorde
O número nos primeiros seis meses de 2024 também é o maior desde 2020, quando o bioma da Região Centro-Oeste teve 2.534 pontos de queimadas. Na sequência, porém, aparecem outros dois anos em que Lula estava no poder: 2009, com 2.216 focos no primeiro semestre; e 2005, com 1.156 pontos.
Plano
Quase um ano após o anúncio, o governo federal ainda não tirou efetivamente do papel o plano de segurança para a Amazônia. Capitaneada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a iniciativa foi apresentada no começo de junho do ano passado, quando a pasta ainda era chefiada pelo agora ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino. No mês seguinte, foi instituída por meio de decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na época, o governo anunciou como ponto central da proposta, nomeada de Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Amas), a implementação de 34 bases de segurança. Até agora, porém, nenhuma delas foi construída, ao passo que a presença de facções criminosas chama atenção na região.
Investimento
O valor do investimento no Amas é de R$ 2 bilhões, distribuídos entre os Estados (que devem ficar com 80% desse montante) e as polícias Federal e Rodoviária Federal. O programa é financiado pelo Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).