Meio Ambiente

MEIO AMBIENTE

11 de abril de 2024

Foto: Reprodução

Novo recorde de calor

Pelo 10º mês consecutivo, a Terra em março bateu um novo recorde mensal de calor global — com as temperaturas do ar e os oceanos do mundo atingindo um nível máximo inédito para o mês, segundo a agência climática da União Europeia, Copernicus. Março de 2024 teve uma média de 14,14 ºC, superando o recorde anterior de 2016 por 0,1ºC, conforme os dados da Copernicus. E estava 1,68 ºC mais quente do que no fim dos anos 1800, a base usada para temperaturas antes do início do aumento rápido da queima de combustíveis fósseis, com a Revolução Industrial. Desde o último junho, o globo quebrou recordes de calor a cada mês, com ondas de calor marinhas por grandes áreas dos oceanos do mundo contribuindo.

 

Não surpreende

Cientistas dizem que o calor recorde durante este tempo não foi totalmente surpreendente devido a um forte El Niño, fenômeno climático que aquece a área central do Oceano Pacífico e muda os padrões climáticos globais. “Mas sua combinação com as ondas de calor marinhas não naturais tornou esses recordes tão impressionantes,” disse a cientista Jennifer Francis do Woodwell Climate Research Center. Com o El Niño diminuindo, as margens pelas quais as temperaturas médias globais são superadas a cada mês devem diminuir, disse Francis. A previsão é de que ele dê lugar a partir do 2º semestre ao fenômeno inverso, o La Niña, que costumar baixar o calor global.

 

Causas

Cientistas, no entanto, atribuem a maior parte do calor recorde à mudança climática causada pelo homem devido às emissões de dióxido de carbono e metano produzidas pela queima de carvão, petróleo e gás natural. “A trajetória não mudará até que as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera parem de subir”, disse Francis, “o que significa que devemos parar de queimar combustíveis fósseis, parar o desmatamento e cultivar nossa comida de forma mais sustentável o mais rápido possível.” Até então, espere mais recordes quebrados, disse ela.

 

Acordo de Paris

Sob o Acordo de Paris de 2015, o mundo estabeleceu a meta de manter o aquecimento em ou abaixo de 1,5 ºC na comparação com os níveis pré-industriais. Os dados de temperatura da Copernicus são mensais e usam um sistema de medição um pouco diferente do limiar de Paris, que é calculado em duas ou três décadas. Samantha Burgess, diretora adjunta da Copernicus, disse que a temperatura recorde de março não foi tão excepcional quanto alguns outros meses do último ano que quebraram recordes por margens maiores.