Meio Ambiente

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28 de dezembro de 2023

Clima: o que esperar de 2024?

No Brasil e no mundo, 2023 será lembrado por eventos climáticos extremos. A intensificação do aquecimento do planeta provocado pela ação do homem, por meio da emissão de gases do efeito estufa, aumenta a frequência e a força de temporais, enchentes, ciclones e ondas de calor. Além disso, a Terra viu retornar o El Niño, que teve início em junho. O fenômeno é caracterizado pela atípica da temperatura das águas do Oceano Pacífico. Isso influencia o clima global, com impactos na temporada de furacões no Atlântico e no ciclo de chuvas na América do Sul, por exemplo. O El Niño termina só em 2024 e ainda deve causar estragos nos próximos meses, dizem os especialistas.

Mais quente

Essa combinação fez com que 2023, segundo as Nações Unidas (ONU), já possa ser considerado o ano mais quente já registrado na história – até agora. “De janeiro a novembro, a temperatura média global para 2023 é a mais alta já registrada, 1,46°C acima da média pré-industrial do período de 1850-1900 e 0,13°C acima da média de onze meses para 2016, o ano mais quente que já havia sido registrado”, aponta o observatório europeu Copernicus.

Tragédias

No Brasil, os efeitos foram sentidos em múltiplas tragédias. Em fevereiro, uma tempestade recorde deixou dezenas de mortos em São Sebastião, no litoral de São Paulo. O evento foi considerado sem precedentes no que diz respeito ao volume de precipitação, que atingiu 600 milímetros. A recorrência de ciclones extratropicais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina chamou atenção no segundo semestre. Em setembro, o mais intenso deles deixou um rastro de estragos e a marca de 50 mortes. O fenômeno voltaria ao Estado nos meses seguintes, renovando os prejuízos e transtornos aos moradores.

Ondas de calor

Em outubro e novembro, a preocupação em diferentes regiões do Centro-Sul foi com as ondas de calor. No início do mês passado, um alerta chamou atenção para as altas temperaturas em mais de 2,5 mil cidades do País. Em parte delas, o termômetro marcou mais de 40ºC; a sensação térmica, por sua vez, superou 50ºC no Rio. Enquanto isso no Norte, a Seca se intensificava. Rios amazônicos esvaziaram, atrapalhando a navegação e a distribuição de alimentos e remédios pelo Estado, que depende do transporte fluvial. Em Manaus, o Rio Negro atingiu seu menor nível em mais de um século de medições. Tanto no Amazonas quanto no Pantanal, o número de queimadas bateu recorde. Não foi só no Brasil. No exterior, os efeitos mais expressivos se deram no verão do Hemisfério Norte, quando ondas de calor assustaram Espanha, Croácia e Grécia, dentre outros países.