Meio Ambiente

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21 de setembro de 2023

Por que o calor é tão forte?

Esta semana, a última do inverno, deve registrar temperaturas acima dos 40ºC em várias partes do Brasil. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de perigo para a chegada de intensa onda de calor na segunda-feira, 18, que deve se estender por boa parte do País ao longo da semana. A situação deve se intensificar ainda mais a partir de sexta-feira, 22. O aviso meteorológico especial de nível laranja (perigo) é emitido quando as temperaturas excedem em pelo menos 5 Cº a média histórica para o período em três dias consecutivos ou mais.

Normal

Para o meteorologista do Inmet Heráclio Alves, a virada do tempo não chega a ser anormal para esta época do ano. “Estamos no fim do inverno, que é uma estação mais seca, num momento em que as temperaturas começam a subir, e passamos a ter essas massas de ar quente e seco.” A onda de calor ocorre quando o tempo está predominantemente seco, com aumento da insolação, e é favorecida pela subsidência atmosférica – quando a pressão atmosférica entre os níveis médios da atmosfera e a superfície da Terra aumenta, elevando a temperatura das massas de ar. A configuração de um bloqueio atmosférico relacionado a este padrão de subsidência garante a persistência da onda de calor por vários dias, impedindo a entrada de frentes mais frias.

Primavera

Por isso, dias ensolarados e temperaturas acima do normal para esta época do ano devem ser registrados na maior parte do País. O ápice desse período de calor deve ocorrer a partir de sábado, 23, quando começa oficialmente a primavera. Segundo a empresa Climatempo, novos recordes de calor podem ser estabelecidos sobretudo en Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo a Metsul, a maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá (MT), em 4 e 5 de novembro de 2020, superando o recorde também oficial de Bom Jesus (PI), de 2005, de 44,7°C.

El |Niño

O El Niño, fenômeno de aquecimento das águas do Oceano Pacífico, tende a elevar as temperaturas médias em todo o planeta. Seu ápice só será alcançado em dezembro. O fenômeno também foi responsável pela intensidade da passagem om ciclone, seguido de temporais, no Rio Grande do Sul nos primeiros dias do mês. A maior tragédia climática do Estado terminou com 48 mortos. “Infelizmente, vamos ter mais situações como as deste mês, com episódios de chuva mais frequentes e mais intensos. Esse é o ‘padrão El Niño’ para o Sul”, diz Marcelo Seluchi, diretor-geral do Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.