Meio Ambiente

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14 de setembro de 2023

A maior tragédia climática do Sul

O Rio Grande do Sul sofreu na semana passada com a maior tragédia climática da sua história. A passagem de um ciclone, junto de temporais e ventania, deixou ao menos 41 mortos e 46 desaparecidos. Não foi a primeira vez que o Estado foi atingido por um fenômeno do tipo: em junho, outro ciclone fez 16 vítimas. Segundo especialistas, os governos falham na prevenção de desastres naturais, que devem ficar mais frequentes e intensos com a piora do aquecimento global.

Previsões

Ainda conforme os cientistas, é importante aperfeiçoar os modelos de previsão meteorológica, mas não adianta colocar a culpa na falta de alertas. Na quarta-feira, 6, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse que os institutos não previram volume de chuva tão atípico. “Os modelos matemáticos previram as chuvas, mas não o volume de cerca de 300 milímetros nas diversas bacias hidrográficas da zona norte do Estado, da região noroeste, da região serrana, do Vale do Taquari, que foi mais afetado”, afirmou.

Antecedência

Ao menos um instituto meteorológico previu com antecedência o temporal. Em nota oficial, a MetSul Meteorologia rebateu Leite. Disse ter advertido com antecedência sobre a possibilidade de chuva acima de 300 milímetros na metade norte gaúcha no início de mês. Em 31 de agosto, cinco dias antes da catástrofe, publicou alerta de que setembro começaria com tempestades e enchentes. “O que se vê é que faltam por parte do governo do Rio Grande do Sul essas medidas preventivas para reduzir o impacto desses eventos”, afirma o professor da Universidade de São Paulo Pedro Côrtes, geólogo e especialista em ciência ambiental.

Prevenção

Entre as ações preventivas que os especialistas sugerem priorizar, estão a implementação de planos diretores urbanos e políticas de moradias populares que tirem as populações vulneráveis de áreas de deslizamento e enchente. A recuperação de rios, as intervenções de saneamento básico e de permeabilidade do solo também protegem contra desastres.

Defesa Civil

As defesas civis desempenham papel importante na resposta rápida às urgências e na orientação à população. Reforçar esses órgãos com profissionais e equipamentos é outra demanda. Nesta semana, por exemplo, uma mulher era recolhida da água, mas o cabo que ajudava a levar a vítima até a aeronave se rompeu. O helicóptero teve de passar por perícia e saiu da mobilização de resgate.