Meio Ambiente

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31 de outubro de 2024

FOTO: REPRODUÇÃO

Causas da degradação

A Amazônia teve 20.238 km² de sua área degradada em setembro de 2024, maior número dos últimos 15 anos para o mês segundo o Imazon, instituto de pesquisa que monitora a degradação por imagens de satélite desde 2009. Segundo a pesquisa, a maioria dos alertas esteve ligada à alta dos incêndios florestais. Diferentemente do desmatamento, em que há remoção total da cobertura vegetal de uma área, a degradação envolve danos ambientais decorrentes da exploração madeireira e das queimadas. Em nota, o Ministério do Meio Ambiente destaca os esforços para a queda do desmate.

 

Falhas

A escalada de focos de fogo na Amazônia, no Pantanal e em várias regiões, incluindo o interior de São Paulo, expôs as falhas da gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na prevenção dos incêndios. Neste ano, o País teve a estiagem mais grave das últimas sete décadas, quando começaram as medições federais, o que facilitou o espalhamento das chamas. Os incêndios causam perda de biodiversidade, de produção de água e no estoque de carbono, mesmo quando parte da floresta segue em pé. O acumulado nos nove primeiros meses do ano (26.246 km²) também foi o maior da série histórica.

 

Agravamento

Segundo especialistas, a crise climática vai agravar esse tipo de problema. No próximo mês, será realizada no Azerbaijão a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-29), quando os países se reúnem para discutir as estratégias contra o aquecimento global. O Brasil tem manifestado intenção de retomar o protagonismo das negociações climáticas globais após anos de enfraquecimento da agenda ambiental na gestão Jair Bolsonaro (PL), mas a explosão de incêndios neste ano elevou a pressão sobre o governo Lula para frear a destruição da floresta. A área degradada só em setembro equivale a mais de 13 vezes a cidade de São Paulo. A degradação vinha aumentando nos últimos quatro meses, mas explodiu em setembro, quando costuma ser maior devido à seca.

 

Preocupante

Para a pesquisadora do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon Larissa Amorim, o pico de degradação é preocupante, especialmente quando se considera a situação crítica dos rios amazônicos e a seca generalizada da vegetação, o que pode ter aumentado a vulnerabilidade das florestas ao fogo. Mesmo assim, ela enfatiza que a maioria das queimadas decorre de ação humana. “A intensificação das ações de fiscalização é urgente”, alerta Larissa. Normalmente concentrada no Mato Grosso, a maior parte (57%) da área degradada no bioma em setembro deste ano está no Pará: 11.558 km², o que representa crescimento de quase 60 vezes em comparação com a degradação de setembro de 2023 no Estado.