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Maioria dos fumantes iniciaram hábito antes dos 18 anos

2 de setembro de 2024

Prefeitura de Pimenta reforça o combate ao tabaco na infância e adolescência, principalmente contra os cigarros eletrônicos, que têm se disseminado amplamente entre esse público./ foto: Reprodução

Carlos Renato

PIMENTA – Pesquisa realizada pela Vigilância em Saúde e pela Atenção Primária à Saúde de Pimenta aponta que 62,5% das pessoas entrevistadas começaram a fumar tabaco e/ou derivados antes dos 18 anos de idade. O município entrevistou 168 habitantes, na semana passada.

Segundo dados da Prefeitura de Pimenta, 105 pessoas que participaram da pesquisa informaram que começaram a fumar entre 11 e 17 anos. Outras 50 revelaram que foi acima de 18 anos e 13 disseram ter iniciado entre 7 e 10 anos.

Conforme a prefeitura, este ano a campanha do “Dia Nacional de Combate ao Fumo”, realizado na última quinta-feira, 29, teve como tema ‘Proteger as Crianças da Interferência da Indústria do Tabaco’.

De acordo com a administração, o objetivo foi alertar crianças, adolescentes e jovens sobre os malefícios do uso de derivados do tabaco, especialmente dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF), conhecidos popularmente como cigarros eletrônicos, “vape” ou “pod”, que são produtos que têm se disseminado entre esse público, sendo uma considerado como uma estratégia da indústria do tabaco para atrair novos consumidores.

A prefeitura destaca ainda que os dados da pesquisa reforçam a necessidade de que essa mobilização não se limite apenas ao mês de campanha, mas que se torne uma ação permanente e contínua de prevenção ao consumo de cigarros.

Doença Pediátrica

Segundo o Ministério da Saúde, o tabagismo é um grande problema de saúde pública e é considerado uma doença pediátrica, pois 80% dos fumantes começam a fumar antes dos 18 anos. Apesar da redução no número de fumantes nos últimos anos e do avanço da Política Nacional de Controle do Tabagismo, ainda há impactos significativos para a saúde relacionados ao consumo de produtos derivados do tabaco, que matam mais de 8 milhões de pessoas por ano.

Segundo o ministério, diversos fatores contribuem para o aumento do uso de tabaco por crianças, adolescentes e jovens, incluindo a presença de aditivos que aumentam a atratividade do tabaco, o modismo, a socialização, as propagandas e a facilidade de acesso aos produtos pela internet.

Conforme o órgão, o uso do tabaco diminui as defesas do organismo, aumenta a incidência de doenças respiratórias, como gripe, tuberculose, bronquite crônica e enfisema pulmonar, além de doenças mais graves, como câncer de pulmão, boca, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, rim e bexiga.

Tratamento

Em Minas, o tratamento para tabagismo é oferecido em mais de 400 municípios do estado, por meio do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, com o acompanhamento de profissionais de saúde qualificados, prioritariamente nas Unidades de Atenção Primária à Saúde (APS).

Segundo a Secretária de Estado de Saúde (SES-MG), o usuário que deseja parar de fumar deve procurar a unidade mais próxima de sua residência ou entrar em contato com a Secretaria Municipal de Saúde da sua cidade para ser informado sobre os locais do SUS que disponibilizam o tratamento.

A secretaria reforça que o modelo de tratamento é baseado em uma abordagem cognitivo-comportamental e tem como finalidade conscientizar o fumante sobre os riscos de fumar e os benefícios de parar de fumar; fornecer informações necessárias para que o indivíduo possa lidar com a síndrome da abstinência, dependência psicológica e os condicionamentos associados ao ato de fumar; além de apoiá-lo nesse processo.