S. S. PARAÍSO – A crise do Hospital Psiquiátrico Gedor Silveira, de São Sebastião do Paraíso, foi tema de audiência pública realizada na noite da última quinta-feira, 17. Com deficit mensal de R$ 300 mil, uma das maiores instituições para atendimento de saúde mental de Minas corre risco de fechar as portas. Uma das propostas é que prefeituras de municípios com pacientes internados no hospital ajudem a complementar o valor da diária paga pela SUS.
A audiência foi na Câmara de Paraíso e teve participação de prefeitos, deputados, representantes do Ministério Público, da Superintendência Regional de Saúde de Passos e do hospital Gedor Silveira e discutiu alternativas para tentar resolver os problemas financeiros da instituição.
O Gedor Silveira é especializado em saúde mental e dependência química. A instituição é referência pra 158 cidades da região e possui 130 pacientes internados.
“A gente sabe que o que recebe das tabelas do SUS está completamente defasado e o Gedor Silveira, por ser um hospital psiquiátrico, recebe menos ainda. A conta não fecha. Assumimos o hospital há um ano para tentar recuperá-lo e vimos que não tivemos ajuda para equilibrar as constas. Chegamos ao fundo do poço. Se não houver uma injeção de dinheiro imediata, o hospital vai fechar”, disse o presidente do Gedor Silveira, Fernando Montans Alvarenga.
“Uma das propostas que a gente tem para sanar esse problema de imediato é cada cidade com pacientes no hospital ajudar financeiramente. Sabemos que há uma política para manter os hospitaios psiquiátricos abertos, mas para de imediato talvez seja uma solução”, disse Alvarenga.
Na audiência, o presidente do hospital reforçou as dificuldades enfrentadas pela instituição e afirmou que devolver os pacientes pras famílias não é a solução, já que grande parte delas não tem estrutura para manter o tratamento.
O prefeito de São Sebastião do Paraíso, Marcelo Morais, pediu uma reunião com a Frente Parlamentar de Proteção à Saúde Mental da Assembleia Legislativa e um encontro urgente com o Governador de Minas Gerais, Romeu Zema, para discutir a situação do Gedor Silveira.
“A gente acredita muito que com a união de todos vamos conseguir reverter essa situação dessa crise financeira que o hospital está passando. Para que a gente possa manter esse serviço para os 158 municípios que tem o hospital como referência”, disse Morais.
A promotoria de Justiça também sugeriu medidas rápidas.
“Os vereadores, os prefeitos e os secretários de saúde precisam levar a depanda para as cidades e mostrar a importância dessa rede de saúde mental, do paciente que precisa do Gedor. Se o Gedor fechar, para onde vamos mandar? Em Minas Gerais não temos hospitais psiquiátricos”, pontuou a promotora Manuella de Oliveira Nunes Maranhão.
O prefeito de Passos e presidente da Associação dos Municípios do Médio Rio Grande (Ameg), Diego Oliveira, sugeriu que todos os municípios que possuem pacientes internados no Gedor Silveira ajudem financeiramente a instituição.
“O que não podemos deixar é o hospital da forma que está. A minha proposta prática foi para que cada município que tenha paciente no hospital pague duas vezes tabela SUS”, disse Diego.
Para o superintendente do hospital, essa é uma proposta a curto prazo que pode impedir o fechamento do Gedor Silveira. “Se todo mundo que traz paciente para cá não ajudar, fatalmente a gente não consegue sustentar. Essa mobilização é fundamental para nossa sequência”, disso o superintendente do Gedor Silveira, Jean Marco do Patrocínio.
Nova reunião deve ser convocada com os prefeitos das 158 cidades da região para pedir essa ajuda financeira sugerida pelo presidente da Ameg.