BELO HORIZONTE – A coordenadora da Vigilância Estadual das Arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Danielle Capistrano, afirma que, a partir dos resultados do LirAa, cada município pode otimizar e direcionar as ações de controle do mosquito Aedes Aegypti, delimitar as áreas de maior risco, avaliar as metodologias aplicadas no controle e contribuir para as atividades de comunicação e mobilização, por meio da ampla divulgação dos resultados dos índices, informa a SES.
“Em casos de municípios mais críticos, existe, ainda, o apoio da Força Estadual em todos os eixos envolvidos, como assistência, laboratório, controle do vetor, comunicação e mobilização, vigilância epidemiológica e gestão”, afirma a coordenadora.
Recipientes infestados
O LirAa possibilita identificar também onde o mosquito está procriando, por meio do Índice por Tipo de Recipiente (ITR), que indica o percentual de cada recipiente encontrado com larvas de Aedes aegypti nos imóveis em relação a todos os recipientes encontrados infestados durante as visitas dos agentes de combates a endemias dos municípios.
Em janeiro, a maioria (30,8%) dos recipientes infestados em Minas Gerais foram os depósitos móveis (vasos ou frascos, pratos, bebedouros, materiais em depósitos de construção), seguidos dos depósitos passíveis de remoção/proteção, como lixo, sucata e entulho (23,8%); e dos depósitos utilizados no armazenamento de água para consumo humano ao nível do solo (15,8%), como tonel, tambor, barril e filtro.
Os tipos de depósitos de água menos infestados pelo mosquito foram os pneus e outros materiais rodantes (9,9%), os depósitos fixos, como tanques em obras, calhas, lajes, piscinas e ralos (8,1%); os depósitos de água elevados ligados a sistema de captação (7,1%), como caixa d´água e tambor; e os depósitos naturais (bromélias, ocos de árvores e rochas (4,5%).
“É importante ressaltar que este perfil de recipientes mais infestados em janeiro de 2023 é muito semelhante ao encontrado no mesmo período do ano passado” afirma Danielle Capistrano. “O ITR é mais um indicador que propicia o redirecionamento e a intensificação de algumas intervenções mais específicas de controle vetorial ou, ainda, a alteração de certas estratégias de controle já adotadas pelos municípios, melhorando o aproveitamento dos recursos humanos e dos recursos materiais, como o uso otimizado dos inseticidas”, explica Danielle.
Ações contínuas
O Aedes aegypti circula durante todo o ano e seu monitoramento e controle ocorrem de forma contínua no estado de Minas Gerais, com intensificação das estratégias de combate no período sazonal das arboviroses, quando aumentam o calor e as chuvas.
Dentre as ações da Secretaria de Estado de Saúde, destacam-se o monitoramento semanal de casos, a elaboração de boletim epidemiológico e o planejamento de solicitação de inseticida junto ao Ministério da Saúde para o envio aos municípios, além de reuniões semanais com as Unidades Regionais de Saúde para discutir e orientar sobre as medidas de prevenção e controle dessas doenças.
Cenário atual
Em 2023, até 27 de fevereiro, Minas registrou 50.101 casos prováveis (casos notificados exceto os descartados) de dengue. Desse total, 13.802 foram confirmados para a doença. Há quatro óbitos confirmados por dengue no estado e 21 óbitos em investigação.
Em relação à febre Chikungunya, foram registrados 18.371 casos prováveis da doença, dos quais 4.536 foram confirmados. Até o momento, não há nenhum óbito confirmado por Chikungunya em Minas Gerais e um está em investigação.
Quanto ao vírus Zika, até o momento foram registrados 72 casos prováveis. Há um caso confirmado para a doença e não há óbitos por Zika em Minas Gerais, até o momento.