Leitor

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20 de maio de 2023

Foto: Reprodução

Cassação e indicação

O Brasil não é, mesmo, para principiantes. O procurador que denunciou, com abundantes provas, o maior assalto aos cofres públicos já realizado no País teve seu mandato de deputado cassado, e o advogado que defendeu o corrupto condenado será indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Roberto Antonio Kirschner – São Paulo/SP

Lula e a máfia

O Salão Verde da Câmara dos Deputados lembra um campo de futebol. Os deputados federais lembram jogadores que se organizam em partidos, em vez de times. A torcida, neste contexto político, é o eleitorado de cada agremiação partidária. Seguindo essa analogia, as pelejas políticas e democráticas deveriam ser insufladas tão somente pelos anseios do povo, já que a Câmara é a “Casa do Povo”, assim como as pelejas de futebol profissional deveriam ser insufladas por sentimentos coletivos, já que o ludopédio é o “esporte do povo”.

Mas o presidente Lula, agindo como agiram os aliciadores da máfia das apostas que manipularam resultados no futebol brasileiro, liberou há alguns dias R$ 9 bilhões em emendas, reciclando o indecente orçamento secreto do governo Bolsonaro, para cooptar parlamentares a desonrarem seu mandato – ignorando o eleitorado e privilegiando os interesses escusos de Lula e do seu partido, o PT –, assim como os jogadores cooptados pelo esquema mafioso desonraram sua carreira. Pelo visto, a vil inspiração da máfia das apostas tem origem em Brasília.

Túllio Marco Soares Carvalho – Belo Horizonte/MG

Presunção de culpa

Os corruptos estão em festa. É inacreditável. Enquanto Lula da Silva, José Dirceu, Sérgio Cabral, entre outros, estão livres por presunção de inocência, o deputado federal mais votado do Paraná, Deltan Dallagnol, com 344 mil votos, é cassado por presunção de culpa. Sim, é isso mesmo. Presunção de culpa. A Lei da Ficha Limpa é clara: prevê a cassação somente em caso de existência de processo administrativo disciplinar. Contra Dallagnol existiam meras reclamações, que poderiam ou não gerar condenações. O Brasil perde um combatente da impunidade com esse ato arbitrário dos ministros do TSE. Foi mais uma vitória da corrupção.

Deri Lemos Maia – Araçatuba/SP

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