Plano de Arborização Urbana – I

São Sebastião do Paraíso certamente se orgulha da alcunha que ostenta de “cidade dos ipês”. O encantamento é imediato ao vê-la florida e suas vias tão bem cuidadas.
Aqui, porém, falaremos de Passos, que em nada guarda motivo para ser lembrada no mesmo sentido. O “verde” de suas ruas, hoje, é escasso.
Plano Diretor, Plano de Resíduos Sólidos, agora Plano de Mobilidade Urbana. São tantos “planos”, mas nunca ouvimos absolutamente nada relacionado a “Plano de Arborização Urbana” no município passense. Já perceberam? Nem na Prefeitura, tampouco no Legislativo.
Alguém já notou quantas ruas e avenidas da cidade não contam sequer com uma árvore em suas calçadas? Quantas poderiam ser dotadas de canteiros arborizados? Mas não com palmeiras, mas com espécies capazes de promover, além do embelezamento paisagístico, o sombreamento que possibilitasse conforto aos cidadãos.
Em 2023, embora as águas estejam parcas, consideramos que o período chuvoso foi iniciado em outubro. Assim como aconteceu em todas as últimas temporadas, este ano igualmente não vemos aqui qualquer iniciativa de plantio de árvores – planejada, extensa e efetiva -, seja (principalmente) pela iniciativa pública, seja pela iniciativa privada. Aliás, Passos absolutamente não tem a cultura do plantio de árvores – pelo contrário, o zumbido de motosserras e fábricas de corte é o habitual.
Grande parte das árvores observadas está presente em praças ou é oriunda de bairros antigos, como o Coimbras, com seus lotes antigos, ainda arborizados nos quintais das casas.
Campanhas de doação de mudas são pouco frequentes e ineficientes. Além disso, a maioria dos passenses mal sabe onde está localizado o viveiro municipal. Alguém já teve a oportunidade de visitá-lo e conhecê-lo, ver a deficiência de sua estrutura?
Reclamar do calor que a cada dia aumenta não resolverá em nada o problema do conforto térmico, nem aumentará o bem-estar da população.
(Na edição de amanhã, a Parte II dessa manifestação)

Bruna O. P. – Passos/MG

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