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Leitor

Fome. culpa e responssabilidade.

‘Segundo recentíssimo levantamento da ONU, o Brasil possui 21 milhões de pessoas passando fome e 71,3 milhões em estado de insegurança alimentar. É um problema crônico, que desafia até a mera explicação sobre o motivo do fenômeno, pois somos os maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo. A quem imputar a infâmia? Na seara jurídica, observa-se que nem sempre a culpa gera obrigação de reparar. Avance-se, então, para a figura da responsabilidade, instituto pelo qual, mesmo sem culpa, pode alguém ser responsabilizado pela reparação de algum dano. Didaticamente, para melhor entendimento do que se cuida: o menor causa dano a terceiro, deliberadamente e sem justa causa; tem culpa, mas não é obrigado a ressarcimento; por outro lado, seu pai não tem, em substância, culpa pelo dano causado, mas lhe é imposto ressarcir o prejudicado. Numa sociedade, dita civilizada, no quesito dignidade humana, todos são responsáveis por todos e por cada um de seus membros. Assim, mesmo que não nos sintamos culpados pela fome (a culpa, é sempre dos outros: do Estado, dos ricos, dos corruptos; depende do “locus”, do “status”, de cada um no direcionar o dedo para os outros, estes nunca individualizados; também as falhas de alguns justificam, reciprocamente, as de outros) todos somos, culpados ou não, responsáveis, pela terrível situação. O combate à fome começa na dura empreitada de melhorar a distribuição de renda no Brasil; esmolas e doações não resolvem o problema e servem apenas para anestesiar as dores de consciência dos que não sofrem do flagelo.

Raul Moreira Pinto – Passos/MG

Alianças partidárias

Um país, o nosso, em que suplência para senador, sem qualquer ou nenhum voto, vê o mandato passar de pai para filho ou vice-versa, e no qual o sistema eleitoral não adota votação em lista ordenada, estará fadado a fufucar no fisiologismo. Proliferam alianças partidárias, em prática totalmente incoerente com discursos das partes. Aliás, o advento casuístico da reeleição ao Executivo só fez acentuar tão nocivo carreirismo.

Antonio Francisco da Silva – Rio de Janeiro/RJ

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