20 de setembro de 2023
Foto: Arquivo FM.
BELO HORIZONTE – Com recorde na safra de grãos (16,8 milhões de toneladas em 2022) e nas exportações (US$ 15,3 bilhões no mesmo período), o agronegócio mineiro registrou 1.981 empregos com carteira assinada em julho de 2023, sendo a maioria no segmento de lavouras temporárias, como alho e cenoura, por exemplo.
De acordo com informações do governo de Minas, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho deste ano mostram que a maioria dos 1.981 empregos formais na agropecuária ocorreu no segmento das lavouras temporárias, com destaque para o alho.
Trabalhadora rural há 21 anos, Sirley Alves da Silva saiu de Arapuá (MG), com o marido, irmã e amigos, por falta de emprego. Nas lavouras de alho e cenoura, em São Gotardo (MG), encontrou emprego no setor de toaletagem, ou seja, a limpeza do alho. A mudança de vida compensou.
“Para mim, só melhorou. A gente quer trabalhar, formar um filho e pagar as contas em dia”, afirma Sirley. Quem ocupa postos gerados pela expansão da agricultura, comemora as oportunidades.
Minas Gerais é o maior produtor de alho do país e vem registrando aumento na safra desde 2018. A produção mineira alcançou 80 mil toneladas, em 2022, com crescimento de 8,3% em relação à safra anterior, de acordo com dados preliminares do IBGE. A área também registrou crescimento de 7,7%, chegando a 5,2 mil hectares.
O município de São Gotardo, na região do Alto Paranaíba, é um dos principais polos produtores de alho do estado e recebe mão de obra de todo o país.
“A cada hectare de alho plantado, a gente tem de três a quatro pessoas trabalhando. O plantio e a colheita são feitos manualmente um a um, tem também o processo de limpeza e isso requer muita mão de obra”, afirma a produtora rural Juliana Lisboa Ribeiro.
No acumulado janeiro a julho deste ano, foram gerados 29.554 empregos no setor agropecuário, com crescimento de 2% comparado ao mesmo período de 2022. Atualmente, o total de empregos do setor agropecuário mineiro é de 309. 607 postos de trabalho.
Outro dado que sinaliza a continuidade deste bom momento da atividade na promoção do emprego e renda é o crescimento dos recursos do crédito rural. De acordo com os levantamentos da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), na safra 2022/2023, foram destinados R$ 656,5 milhões para o custeio das lavouras de alho, com crescimento de 33,7% em relação à safra anterior.
O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, lembrou que o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura e suas vinculadas, Emater-MG, Epamig e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), está presente no campo, ao lado do produtor, levando tecnologias, desenvolvendo pesquisas e garantindo a vigilância sanitária dos produtos mineiros.
“O Sistema Estadual da Agricultura trabalha para garantir o crescimento sustentável do agro mineiro, com o aumento da produtividade e a conquista de novos mercados”, afirmou. O setor agropecuário respondeu em julho por 16% do saldo total de 12.353 empregos gerados no estado.
Além de gerar emprego e renda no campo, o bom desempenho das atividades agropecuárias influencia a criação de novos postos de trabalho nos centros urbanos das cidades e no comércio.
“Contando todas as culturas que temos na região de São Gotardo, alho, cenoura, beterraba e repolho, são mais de 10 mil empregos gerados. Isso implica em crescimento de consumo que, por sua vez, movimenta o comércio. A região não tem indústria, é o agronegócio que movimenta toda a tenda no comércio”, relata o engenheiro agrônomo e diretor executivo da Sekita Agronegócios, Eduardo Sekita de Oliveira.