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Jornaleiros se reinventam para sobreviver nos tempos da internet

A BANCA DO ROSÁRIO É A QUE SEGUE OS HORÁRIOS DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO DE ACORDO COM O COMÉRCIO VAREJISTA DE PASSOS./ Foto: Reprodução

Ézio Santos

PASSOS – O Dia Nacional do Jornaleiro, comemorado nesta segunda-feira, 30, homenageia uma profissão que está quase extinta em Passos. Para uma cidade de 115 mil habitantes, há apenas duas bancas que vendem publicações impressas.

Há alguns anos, eram sete, mas, aos poucos, foram fechadas por falta de clientes de jornais, revistas, livros, gibis, coleções de livros e os passatempos, como palavras-cruzadas, caça palavras, enigmas, jogo dos erros, criptogramas.

As bancas de revistas e jornais cumprem papel importante na história da imprensa em geral, levando o prazer pela leitura a muitas pessoas por um preço acessível. A única a cumprir horários do comércio, menos aos domingos, é o da Praça Geraldo da Silva Maia (Rosário), de propriedade do aposentado Aparecido Donizete Jacinto, ex-distribuidor da editora Abril na região. Aberta algumas horas por dia, entretanto, sem a frequência no atendimento ao público, é a da Praça Monsenhor Messias Bragança (Matriz).

Para o gerente da Banca do Rosário, Cleiton Roberto Melo, a propagação rápida da internet, principalmente nos aparelhos celulares, impactou consideravelmente na comercialização dos produtos vendidos em banca.

“Hoje o povo tem tudo na palma da mão e os jornaleiros, aos poucos, tiveram que se reinventar. Continuam à venda ainda poucas revistas semanais, quinzenais ou mensais, gibis, passatempos, alguns livros e só”, afirmou.

O jornal impresso, que era o carro-chefe das bancas, são poucos, até mesmo nas grandes cidades. “Agora tudo está na internet. Para se ter uma ideia, já chegamos a vender 30 diferentes tipos de periódicos todos os dias, mas hoje é apenas a Folha da Manhã de Passos. As revistas, são muito poucas porque algumas pararam de circular e outras não chegam mais aqui. Os álbuns de figurinhas são das copas do mundo e do Brasileirão. Antes, tínhamos também enciclopédias, atlas, coleções de assuntos específicos e livros de autores famosos”, comentou o gerente.

Para não fechar os estabelecimentos, os jornaleiros passaram a comercializar produtos como bonés, cintos, pilhas, cigarros, chaveiros, cards, chips de celulares, baralhos, carteiras de bolso etc.

“Se formos vender desde o final do século passado e início deste, apenas os artigos característicos de uma banca, não compensa mantê-la aberta. Por isso que tivemos de recriar o estoque de mercadorias, todavia mantendo o pouco dos produtos desses ramos de negócio”, explicou Cleiton, de 47 anos, e há vinte como gerente da banca atrás da Casa da Cultura.

Os locais que há anos tinham bancas de jornais e revistas em Passos eram: em frente ao prédio principal da Uemg, terminal rodoviário, avenida Poços de Caldas, e praças São Benedito e José Caetano Machado. Havia também em pontos alternativos de bastante fluxo de pessoas, como supermercados, drogarias, panificadoras, lojas de conveniência e outros tipos de comércio.

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