Opinião

Joio e o trigo: fácil separar

18 de abril de 2024

“E se você é desses(as) vira folha, te pergunto!

Quantos livros ainda te resta?” – Felipe de Souza Silva

Qualquer consulta às redes sociais, entrevistas, ou publicações em jornais, de qualquer cidade, o leitor poderá constatar que existe uma crítica generalizada aos vereadores da cidade.

São muitas e fortes queixas, muitas e pesadas cobranças que despejam sobre os vereadores, sobre o baixo nível dos parlamentares eleitos e aí por diante. Porém, chegando uma época, como a que estamos vivendo agora de pré-campanha às eleições municipais, os nossos eleitores parecem padecer de uma amnésia coletiva, renunciando completamente ao direito de escolher bem seu representante e acabam desperdiçando seu voto motivado por ligações pessoais ou uma promessa de um benefício em caso de sucesso nas urnas. É triste mas é a mais pura verdade, porque a partir de janeiro, a cantilena de reclamações contra tudo e todos toma forma novamente, como se o voto praticado não fosse o responsável pelos eleitos.

Votar conscientemente é essencial para uma democracia saudável, e isso inclui escolher vereadores que representem efetivamente os interesses da comunidade. Aqui estão alguns critérios que os eleitores podem considerar ao votar em candidatos a vereador. Primeiro, é importante informar-se sobre os candidatos, seus históricos, experiências e propostas. Isso pode envolver assistir a debates, conhecer seus planos de trabalho e buscar informações sobre seu desempenho anterior, se já ocuparam cargos políticos.

Além disso, verificar a transparência dos candidatos em relação às suas finanças de campanha e se eles têm um histórico de honestidade e integridade é crucial. Os eleitores também devem avaliar se os candidatos demonstram um compromisso genuíno com os problemas e necessidades da comunidade local, o que pode incluir participação em eventos comunitários, interação com os eleitores e defesa de questões importantes para a cidade.

A capacidade de representação é outro aspecto a ser considerado, analisando se os candidatos têm habilidades de comunicação, capacidade de negociação e experiência em lidar com questões legislativas. Além disso, é importante verificar se os candidatos têm propostas viáveis e realistas para abordar os problemas locais e implementar políticas que beneficiem a comunidade.

A independência e o compromisso partidário também devem ser avaliados, considerando se os candidatos têm a liberdade de representar os interesses da comunidade, sendo fiel a seu discurso de campanha e a posição que a população o colocou. Na democracia verdadeira e não na relativa, que muitos adeptos do Sr Luiz Silva têm embarcado, existe a necessidade de se estabelecerem situação e oposição e um ponto importantíssimo a ser considerado pelo eleitor e o de evitar votar em vereadores que, cedendo ao canto do cisne, traíram a confiança do povo que o elegeu para o exercício democrático da oposição, para desfrutar das benesses do Poder, não se importando à mínima com o julgamento histórico e o legado de uma política fisiológica e interesseira que deixarão. Pode parecer que tal assertiva seja interpretada como hábito deste ex-político de um tempo em que políticos tinham lado, mesmo que se unissem quando os interesses maiores da cidade eram evocados, e naquele tempo todo “vira folha” era muito mal visto, não merecendo a confiança de nenhum dos lados que sabiam que, “do mesmo jeito que virou,  desvira”. Mas os tempos de hoje são muito diferentes e quem era destacado opositor proferindo discursos ferinos contra o governo, não vê problema algum em, ao toque da “vara de condão”, passar a ser ferrenho defensor de quem condenara, esquecendo todos os motivos para tal. Da mesma forma é comum encontrarmos políticos que não se envergonham de, na sexta-feira se comprometem com um grupo político, mas depois em sua “casa no Jardim Canadá”,  esquece os compromissos e cancela e joga na gaveta o “processo”, que pode ser  Processo Administrativo Disciplinar, ou processo de filiação partidária, ou ambos sabe-se lá.   “Vira folha” hoje é aplaudido e consegue usufruir das delícias do poder, mas uma coisa continua valendo: jamais serão confiáveis a ninguém. Carregarão a pecha da desconfiança, incoerência e da postura fisiológica e personalista, considerado como doidivana da política.

É preciso também, por que não, examinar a vida pessoal do candidato verificando eles têm um histórico de realizações tangíveis em suas áreas de atuação, como liderança comunitária, trabalho voluntário ou contribuições para o desenvolvimento local, também é importante.

Ao exercer o voto com critérios, os eleitores podem fazer escolhas mais informadas e contribuir para eleger vereadores que realmente representem os interesses e necessidades da comunidade.

GILBERTO BATISTA DE ALMEIDA é engenheiro eletricista e ex-político, escreve quinzenalmente às quintas nesta coluna